Tesis
Caracterização mineralógica e proveniência de Monazita-(Ce), Xenotima-(Y) e Zircão de Placer na Província Estanífera de Goiás : estão estes minerais relacionados com o granito tipo-A Serra Dourada?
Fecha
2020-09-29Registro en:
COSTA FILHO, Deusavan Sales da. Caracterização mineralógica e proveniência de Monazita-(Ce), Xenotima-(Y) e Zircão de Placer na Província Estanífera de Goiás: estão estes minerais relacionados com o granito tipo-A Serra Dourada? 2020. xi, 49 f., il. Dissertação (Mestrado em Geologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Autor
Costa Filho, Deusavan Sales da
Institución
Resumen
Este estudo apresenta os resultados da caracterização mineralógica e proveniência de
monazita-(Ce), xenotima-(Y) e zircão detríticos de um plácer rico em elementos terra raras
(ETR) na borda noroeste do Granito da Serra Dourada (GSD) na Província Estanífera de Goiás
(PEG). A PEG consiste em dois grupos de granitos do tipo-A de diferentes idades, o g1 (1,77
Ga) e o g2 (1,57 -1,6 Ga). No leste, a Sub-Província Paranã (SPP), composta por granitos g1 e
g2, enquanto no Oeste, a Sub-Província Tocantins (SPT), compreendendo apenas os granitos
g2, onde o GSD está localizado. As análises por microssonda eletrônica de um conjunto de
grãos detríticos resultaram em uma composição mediana compatível com xenotima- (Y) e
monazita- (Ce), esse mesmo conjunto de dados apresentam alta dispersão para elementos
formadores (Y, Ce e P), além de alta dispersão para actinídeos, especialmente para Th em
monazita-(Ce), seguida por uma dispersão moderada de Y e HREE, indicando textura interna
complexa formada em estágio pós-magmáticos para os grãos analisados. A textura interna dos
ortofosfatos foi investigada por uma combinação de imagens de elétrons espalhados (BSE),
EMPA e mapas elementares de raios-X. Os grãos são muito a pouco cristalinos, dependendo
do seu conteúdo U e Th, com anomalia negativa de Eu para xenotima. Os dados mostram
texturas secundárias complexas que cortam zonas de crescimento magmático devido à sua
interação com fluidos ricos em álcalis, F, P, Y, REE durante o estágio hidrotermal relacionado
à evolução de um pegmatito da família NYF. Dois tipos de textura de recristalização foram
distinguidos pelo processo de dissolução-reprecipitação acopladas, responsável pelo
empobrecimento de Th, U e Si e enriquecimento de P, Y, HREE e Ce. Há formação de nano e
microporosidade interconectadas, uma vez que o sistema atinge temperaturas hidrotermais
(<400 ° C), concomitante à precipitação de nano-inclusões de zircão e micro-inclusões de
torita. A datação de um conjunto de grãos de xenotima e monazita detríticos, pelo método U-
Pb/LA-ICP-MS, produziu dados concordantes, com uma idade de interceptação de 555 ± 10 e
546 ± 11 Ma, respectivamente. A datação U-Pb LA-ICP-MS de zircão detrítico produziu dados
discordantes, com uma idade de intercetação superior de 1609 ± 11 Ma e uma idade de
interceptação inferior de 565 ± 11 Ma. Dados mineralógicos e isotópicos, juntamente com os
dados da literatura, sugerem o Granito Serra Dourada como fonte de zircão, xenotima e
monazita no placer estudado, apesar das idades U-Pb neoproterozóicas dos ortofosfatos. A
presença de nano e micro-porosidade interconectadas, combinada ao grau metamórfico dev
fácies anfibolíto e o magmatismo granítico da Suíte Mata Azul, associados à orogênese
Brasiliana, podem ser os mecanismos responsáveis pela redefinição do relógio U-Pb dos
ortofosfatos na SPT.