Tesis
Proveniência sedimentar do Grupo Cuiabá na Faixa Paraguai Meridional
Fecha
2021-11-17Registro en:
VASCONCELOS, João. Proveniência sedimentar do Grupo Cuiabá na Faixa Paraguai Meridional. 2018. 173 f., il. Tese (Doutorado em Geologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Vasconcelos, Bruno Rodrigo
Institución
Resumen
A Faixa Paraguai é um orógeno colisional que registra a aproximação entre o Cráton
Amazônico, Bloco Paranapanema e Arco Magmático de Goiás, durante a fase final da
amalgamação do Supercontinente Gondwana. Para esta aproximação duas interpretações
são sugeridas, uma propondo relação com o fechamento do oceano Goiás-Farusiano no
Criogeniano, outra atribuindo-a ao fechamento do oceano Clymene no Cambriano. Aqui
apresentamos resultados U-Pb e Lu-Hf em zircão detrítico e Sm-Nd das unidades
metassedimentares do Grupo Cuiabá e rochas metavulcânicas da Sequência Rio Bacuri.
Nossos resultados mostram que o Grupo Cuiabá compreende uma sequência de margem
passiva toniana, com área-fonte principal mesoproterozoica, com valores ɛHf e ɛNd e idades
modelo TDM indicando a Província Sunsás como principal área-fonte, e uma segunda
sequência ediacarana de margem convergente e área-fonte principal neoproterozoica, com
valores ɛHf e ɛNd e idades modelo TDM que indicam os terrenos da Faixa Brasília como áreafonte mais provável. Os grãos concordantes mais jovens analisados mostraram idade de
508±8 Ma, em rochas metassedimentares do Grupo Corumbá, indicando que a
sedimentação final na Faixa Paraguai continuou até o Cambriano, tendo como áreas-fonte
terrenos da Faixa Brasília e possivelmente da própria Faixa Paraguai. As unidades
metavulcânicas da Sequência Rio Bacuri apresentaram idades modelo Nd TDM tonianas e
valores ɛNd positivos, podendo representar magmatismo relacionado ao rifteamento e
abertura da bacia de margem passiva. Esses resultados mostram que a Faixa Paraguai
registrou mudança da sedimentação, de margem divergente para convergente, entre o
Toniano e o Ediacarano. A fase final de sedimentação, em ambiente de antepaís, continuou
até c. 500 Ma. Portanto, o oceano que separou o Cráton Amazônico dos terrenos
brasilianos (~620 Ma) abriu-se no Toniano, recebeu sedimentos da Faixa Brasília e não se
fechou até o Cambriano, desvinculando a evolução orogênica das faixas Brasília e
Paraguai, sendo a última um dos cinturões orogênicos mais jovens da amálgama do
supercontinente Gondwana.