Tesis
A cidade sem arquiteto : a produção sócio-espacial e os padrões emergentes da autourbanização na luta pelo direito à cidade
Fecha
2022-01-07Registro en:
FERREIRA, Thalyta Fernandes. A cidade sem arquiteto: a produção sócio-espacial e os padrões emergentes da autourbanização na luta pelo direito à cidade. 2021. 228 f., il. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Ferreira, Thalyta Fernandes
Institución
Resumen
As cidades brasileiras são majoritariamente autoconstruídas e uma crise urbana é evidente: a
urbanização é na verdade uma autourbanização, denominada na literatura de favelização, o que
demonstra ser crescente o número de pessoas lutando para assegurar o seu direito à moradia e
à cidade. Através de processos pautados na auto-organização, autogestão, autoconstrução e
autourbanização, surgem as ocupações urbanas, aqui entendidas como sinônimos de favelas,
caracterizadas por padrões espaciais emergentes das práticas bottom-up. Estas áreas costumam
ser excluídas da cidade formal e seu reconhecimento e integração se dá por meio da sua
definição como Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), que além de assegurar o direito à
moradia, permite o reconhecimento da posse através da regularização fundiária e o
melhoramento urbano por meio de projetos de urbanização. É comum que haja um embate
entre o conhecimento técnico e o conhecimento vivido pelos moradores e usuários dessas
áreas, portanto, conhecer e entender a dinâmica sócio-espacial destes espaços é fundamental
para uma intervenção que legitime as práticas existentes. Desse modo, a intenção do estudo foi
responder o seguinte questionamento: como desenvolver um método de levantamento sócio-
espacial que contribua no processo de luta pelo direito à moradia enfrentado pelos moradores
de ocupações urbanas? Com o objetivo principal de construir e sistematizar um método de
levantamento sócio-espacial, foi realizado um estudo de caso com a aplicação do método
proposto na Portelinha, ocupação urbana que surge no contexto da luta pelo direito à moradia
na cidade de São Luís do Maranhão. Pesquisas bibliográficas permitiram elencar os principais
aspectos da produção sócio-espacial de ocupações urbanas a serem analisados: (1) os agentes
sociais envolvidos, (2) os conflitos existentes, (3) a regulação destes territórios, (4) sua
morfologia e configuração sócio-espacial e (5) os momentos da sua produção. A pandemia de
COVID-19, suprimiu ou modificou algumas etapas da pesquisa devido às normas de
distanciamento social, mas ainda assim, através de pesquisas bibliográficas, observação simples,
entrevistas individuais e coletivas em profundidade e a identificação de padrões espaciais
emergentes, foi possível caracterizar a dinâmica sócio-espacial da Portelinha, compreender seu
processo de produção e definir diretrizes para o seu projeto de urbanização.