Tesis
O risco de infecção por SARS-CoV-2 nos pacientes com hanseníase e seus contactantes : um estudo de coorte prospectivo
Fecha
2022-03-29Registro en:
CERQUEIRA, Selma Regina Penha Silva. O risco de infecção por SARS-CoV-2 nos pacientes com hanseníase e seus contactantes: um estudo de coorte prospectivo. 2021. 53 f., il. Tese (Doutorado em Ciências Médicas) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Cerqueira, Selma Regina Penha Silva
Institución
Resumen
Efeitos protetores da vacinação com Bacillus Calmette-Guérin (BCG) e
tratamento com clofazimina e dapsona contra infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2)
foram relatados. Pacientes em risco de hanseníase representam um modelo interessante para
avaliar os efeitos de tais terapias sobre a ocorrência e gravidade da doença causada pelo
coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19). Objetivos: O objetivo do presente estudo foi avaliar,
de forma prospectiva, a influência de variáveis relacionadas à hanseníase na ocorrência e na
gravidade da COVID-19. Metodologia: Realizou-se um estudo de coorte prospectivo por 14
meses, no qual o principal fator de risco foram duas vacinações anteriores com BCG e o
principal desfecho foi a ocorrência de COVID-19, detectada por reação em cadeia da
polimerase de transcrição reversa (RT-PCR). O modelo de riscos proporcionais de Cox foi
utilizado para análise principal. Resultados: Entre 406 pacientes incluídos, 113 foram
diagnosticados com hanseníase. Durante o acompanhamento, 69 (16,99%) pacientes contraíram
COVID-19. A análise de sobrevivência mostrou que a hanseníase estava associada com
COVID-19 (p <0,001), mas, a análise multivariada mostrou que apenas contatos domiciliares
de pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 (razão de risco (HR) = 8,04; 95% CI = 4,93-13,11),
bem como a ocorrência do diabetes mellitus (HR = 2,06; 95% CI= 1,04-4,06) foram fatores de
risco significativos para COVID-19. Conclusões: Pacientes com hanseníase são vulneráveis ao
COVID-19, porque têm contato mais frequente com pacientes infectados com SARS-CoV-2,
possivelmente, devido às limitações sociais e econômicas. O modelo mostrou que nem o uso
de corticosteroides, talidomida, pentoxifilina, clofazimina ou dapsona e nem a vacinação BCG
afetaram a ocorrência de COVID-19 e a gravidade da doença.