Tesis
Alelopatia em Lepidaploa aurea (Asteraceae) como ferramenta de restauração ecológica : potencial para o controle de gramíneas exóticas invasoras no Cerrado
Fecha
2016-05-16Registro en:
LOPES, Polliana Gomes. Alelopatia em Lepidaploa aurea (Asteraceae) como ferramenta de restauração ecológica: potencial para o controle de gramíneas exóticas invasoras no Cerrado. 2016. xi, 91 f., il. Dissertação (Mestrado em Ecologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Autor
Lopes, Polliana Gomes
Institución
Resumen
Gramíneas africanas são responsáveis por uma série de problemas ecológicos por se tornarem invasoras em muitas partes do mundo, afetando especialmente áreas campestres e savânicas, como no caso do Cerrado. A restauração ecológica por meio de semeadura direta tem se mostrado uma prática eficaz no controle destas gramíneas exóticas invasoras em algumas áreas deste bioma brasileiro. A espécie Lepidaploa aurea (Mart. ex DC.) H. Rob. (Asteraceae) demonstra bom desempenho em projetos de restauração ecológica no Cerrado e aparentemente inibe o crescimento das gramíneas exóticas invasoras Andropogon gayanus e Urochloa decumbens, sem, no entanto, afetar o desenvolvimento de algumas espécies nativas arbóreas, o que indica uma possível atividade alelopática. O objetivo deste trabalho foi identificar o potencial alelopático de L. aurea sobre as gramíneas exóticas invasoras A. gayanus e U. decumbens, sobre a gramínea nativa: Loudetiopsis chrysothrix, e sobre as arbóreas nativas: Copaifera langsdorffii e Acacia polyphylla, em condições controladas, semi-naturais e naturais. Foram feitos experimentos: (i) em laboratório, com o uso de extratos aquosos de folhas e raizes de L. aurea em placas de Petri, em solo natural (sem esterilização) e esterilizado (para avaliação do efeito da microbiota), e em vermiculita; (ii) em casa de vegetação, com uso de carvão ativado e utilização de solo onde L. aurea foi previamente cultivada e de serrapilheira de L. aurea e (iii) em campo, com uso de carvão ativado e avaliação da germinação e do crescimento inicial das plantas-alvo cultivadas dentro e fora de manchas de L. aurea (áreas dominadas pela espécie). Foi constatado o potencial alelopático de L. aurea sobre todas as espécies-alvo (espécies-modelo, exóticas e nativas) em laboratório. Em casa de vegetação, o contato com os aleloquímicos de L. aurea reduziu o crescimento inicial da gramínea exótica U. decumbens e aumentou o crescimento inicial das espécies nativas C. langsdorffii e L. chrysothrix. Em campo, os efeitos alelopáticos foram observados somente no estímulo à germinação de sementes de C. langsdorffii. A alelopatia em L. aurea pode ser útil em projetos de restauração ecológica por auxiliar no controle da U. decumbens e por estimular o melhor desenvolvimento de outras espécies nativas.