article
La epidemiología crítica y el despojo de tierras y territorios: una reflexión teórica
Autor
Paredes Hernández, Natalia
Institución
Resumen
Introduction: Critical epidemiology, as an epistemic proposal for understanding health processes, articulates a conceptual and instrumental system that allows explaining how health and disease are socially determined. In the case of the rural population, the impact of geopolitical phenomena, such as land grabbing and dispossession of lands and territories, is a determinant of their health-disease processes. Throughout this article of theoretical reflection, a series of approaches and categories proposed by Jaime Breilh, who has pioneered the subject, is presented and their potential to explain the incidence of these phenomena in the modification of ways of life and the health situation of the rural population. Development: Some substantial components of critical epidemiology in relation to their theoretical and methodological relevance to analyze land dispossession and health processes are the presence of the social in epidemiology; the procedural and spatial-temporal dimension; the macro and the micro: unity and hierarchy; protective and destructive health processes, and the concept of society-nature metabolism. Conclusions: The dispossession of land in Colombia has been of great magnitude, and its resolution is considered a central issue for the construction of post-conflict peace. From the theoretical framework of critical epidemiology, it is possible to carry out research to address the incidence of dispossession and the grabbing of lands and territories, in the collective health situation of the rural population. This type of approach has had little development in the country and becomes important in the current context, where growing extractivism threatens the vital processes of agrarian communities. Introdução: a epidemiologia crítica como proposta epistémica para compreender os processos de saúde, articula um sistema conceitual e instrumental que permite explicar como a saúde e a doença estão determinadas socialmente. Para o caso da população rural, o impacto de fenômenos geopolíticos como a monopolização e despojamento de terras e territórios, é determinante de seus processos de saúde-doença. Ao longo deste artigo de reflexão teórica se irão a apresentar uma série de enfoques e categorias propostas por Jaime Breilh, quem tem sido pioneiro na matéria, e se irá identificando seu potencial para explicar a incidência de ditos fenômenos na modificação dos modos de vida e na situação de saúde da população rural. Desenvolvimento: alguns componentes substanciais da epidemiologia crítica em relação com a sua pertinência teórica e metodológica para analisar o despojamento de terras e os processos de saúde, são: a presença do social na epidemiologia; a dimensão processual e espaço-temporal; o macro e o micro: unidade e hierarquia; processos protetores e destrutores de saúde; e, o conceito de metabolismo sociedade-natureza. Conclusões: o despojamento de terras na Colômbia tem sido de grande magnitude e sua resolução considera-se um tema central para a construção da paz no pós-conflito. Desde o marco teórico da epidemiologia crítica possibilita-se adiantar pesquisas para abordar a incidência do despojamento, e a monopolização de terras e territórios, na situação de saúde coletiva da população rural. Este tipo de abordagens tem tido pouco desenvolvimento no país e toma importância no contexto atual onde o extrativismo crescente ameaça os processos vitais das comunidades agrárias.