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Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular
Fecha
2010Registro en:
Revista da Associação Médica Brasileira, v.56, n.2, p.230-236, 2010
0104-4230
10.1590/S0104-42302010000200025
Autor
MATTAR, Rejane
MAZO, Daniel Ferraz de Campos
Institución
Resumen
Na maioria dos mamíferos a atividade da enzima lactase diminui na parede intestinal após o desmame, caracterizando a hipolactasia primária que provoca sintomas de intolerância à lactose. A intensidade dos sintomas de distensão, flatulência, dor abdominal e diarreia variam, dependendo da quantidade de lactose ingerida, e aumentam com o passar da idade. A hipolactasia é determinada geneticamente, porém uma mutação ocorreu para que fizesse parte da humanidade tolerar o leite na idade adulta. O diagnóstico é feito por teste de tolerância, empregando a lactose como desafio. Com a descoberta dos finlandeses do polimorfismo associado com a persistência da lactase, principalmente no norte da Europa, o exame genético passou a ser outra ferramenta diagnóstica mais confortável para o intolerante. No Brasil, 43% dos brancos e dos mulatos têm alelo de persistência da lactase, sendo a hipolactasia mais frequente entre os negros e japoneses. Entretanto, na prática clínica indivíduos com hipolactasia podem ser orientados a consumir alguns derivados do leite e alimentos contendo lactose sem apresentar sintomas de intolerância, enquanto que outros terão que fazer restrição de lactose na dieta. In most mammals, lactase activity declines on the intestinal wall after weaning, characterizing primary hypolactasia that provokes symptoms of lactose intolerance. The intensity of symptoms of distention, flatulence, abdominal pain and diarrhea varies, according to the amount of ingested lactose, and increases with age. Hypolactasia is genetically determined; nonetheless, a mutation occurred that had made a part of mankind tolerate milk in adulthood. Diagnosis is made by a tolerance test, using the lactose challenge. With the discovery made by the Finns of polymorphism associated with lactase persistence, mainly, in Northern Europe, the genetic test was incorporated as a more comfortable diagnostic tool for the intolerant. In Brazil, 43% of Caucasian and Mulatto groups have lactase persistence allele, with hipolactasia more frequently found among Blacks and Japanese. However, in clinical practice people with hypolactasia may be advised to consume certain dairy products and food containing lactose without developing intolerance symptoms, whereas others will need a lactose restriction diet.
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