masterThesis
Terapia de reidratação oral no setor de emergência
Registro en:
Damianne Pereira Vieira da Costa, Auxiliadora; Alves Pontes da Silva, Giselia. Terapia de reidratação oral no setor de emergência. 2009. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009.
Autor
COSTA, Auxiliadora Damianne Pereira Vieira da
Institución
Resumen
Apesar de sua comprovada eficácia no manejo da diarréia aguda, com normas
amplamente divulgadas em nível mundial, a terapia de reidratação oral (TRO) é
frequentemente preterida pelos médicos em relação à hidratação venosa para crianças
com desidratação não-grave no setor de emergência. O objetivo do estudo foi observar a
aplicação dos princípios da TRO para crianças com diarréia aguda na emergência,
verificando características inerentes aos pacientes, médicos e à dinâmica do próprio
setor como fatores determinantes em sua prática. Estudo descritivo com componente
analítico foi conduzido no período de fevereiro a maio de 2008 em duas unidades de
emergência localizadas na cidade de Recife (Brasil), uma delas vinculada a um hospitalescola.
Participaram do estudo 369 crianças com diarréia aguda e 43 médicos nos dois
serviços. As principais variáveis foram: 1) a indicação da TRO para crianças com
desidratação não-grave por diarréia aguda; 2) características clínicas das crianças e o
tipo de serviço (com ou sem função de ensino); 3) perfil dos médicos que atuam no
setor e 4) estrutura dos serviços global e específica para a realização da TRO. Foi
observada uma tendência a declínio no uso da TRO em relação à hidratação venosa
(HV), de acordo com o estado de hidratação, com a terapia sendo indicada para 35,6%
(47/132) das crianças com desidratação leve e 17,6% (6/34) daquelas com a forma
moderada no setor de emergência, sem associação com o tipo de serviço (com ou sem
função de ensino). Foi indicada HV para 10,8% (22/203) das crianças hidratadas. Não
houve interferência da intensidade dos vômitos ou das evacuações sobre a indicação da
TRO. Mais da metade dos médicos (58,1% - 25/43) nas duas unidades refere percepção
de sobrecarga importante no trabalho, considerando os serviços inadequados em termos
de espaço físico (83,7%) e com insuficiência de equipamentos (76,7%) para a realização das atividades diárias. Não havia sala específica para reidratação em nenhum dos
serviços, nem profissional específico para supervisão da TRO. Entre os empecilhos
relatados pelos médicos para a aplicação da terapia no setor destacam-se determinantes
estruturais (falta de espaço, equipamentos e recursos humanos) e relacionados aos
processos de trabalho, como a demanda excessiva da assistência. A ausência de
diferença entre os serviços (um assistencial e outro de ensino) em relação ao padrão de
indicação da TRO sugere que a contribuição do treinamento médico não é suficiente,
assumindo importância questões estruturais e relacionadas à dinâmica dos processos de
trabalho no setor Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico