masterThesis
Epidemologia e clínica dos acidentes ófídicos no Estado de Pernambuco
Registro en:
Klein de Aquino, Welson; Camargo Guarnieri, Míriam. Epidemologia e clínica dos acidentes ófídicos no Estado de Pernambuco. 1999. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Biofísica, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 1999.
Autor
AQUINO, Welson Klein de
Institución
Resumen
Envenenamentos por serpentes constituem sério problema de saúde
pública no Brasil. Neste estudo foram analisadas 1.389 notificações de acidentes
causados por animais peçonhentos e registrados pela Secretaria de Saúde de
Pernambuco no triênio 1995-1997. As serpentes causaram 70% desses acidentes. A
taxa de incidência foi 4,23/100.000 hab./ano. A maioria dos acidentes ocorreu na
zona rural (80,5%). A região fisiográfica do Sertão apresentou a maior incidência
(12,11/100.000 hab./ano), seguida do Agreste (5,52) e da Zona da Mata (1,28). A
área da IV Diretoria Regional de Saúde (DIRES), sediada no município de Caruaru
(Agreste), foi a primeira em número de acidentes (23,1%), seguida pela IX DIRES
em Ouricuri, Sertão (18,4%) e pela VII DIRES em Salgueiro (11,3%), também no
Serão. Alguns municípios do Sertão apresentaram taxas de incidência alarmantes
como Afrânio (50,4 acidentes/100.000 hab./ano), Dormentes (45,3) e Carnaubeira da
Penha (37,2). Considerando-se, apenas a zona rural, o município de Toritama, no
Agreste, apresentou a maior taxa de incidência (78,4). Os acidentes ocorreram,
principalmente, no período de março a maio (40,2%). As serpentes do gênero
Bothrops foram as principais causadoras dos acidentes (78,7%), seguidas pelas do
gênero Crotalus (18%), Micrurus (2,7%) e Lachesis (0,6%). A maioria dos pacientes
(76,8%) foi do sexo masculino, tinha 11 a 20 anos (24,8%), estava trabalhando no
momento do acidente (66,2%), demorou mais de 6 horas para chegar ao hospital
(28,6%), foi atingida nos membros inferiores (76,9%), especialmente, nos pés.. As
alterações locais mais freqüentemente observadas nas vítimas de acidentes botrópicos foram dor (77%), edema (68%) e sangramento (27%). Por outro lado, as
vítimas de acidente crotálico apresentaram mialgia (25%), urina escura (12%) e
alterações neurológicas como ptose palpebral (24%) e diplopia (21%). O tratamento
utilizou, em média, 6,8 ampolas/acidente botrópico, 10 para acidente crotálico ou
laquético e 8 para os elapídicos. A letalidade no Estado foi de 0,85%. Embora as
serpentes do gênero Bothrops tenham causado mais óbitos (4/8) do que as do
gênero Crotalus (3/8), a letalidade dos envenenamentos crotálicos foi,
significativamente, maior (2,38%) do que dos botrópicos (0,73%)