Tesis
Procrastinação acadêmica e autorregulação da aprendizagem em estudantes universitários
Academic procrastination and self-regulated learning in university students
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Autor
Sampaio, Rita Karina Nobre
Institución
Resumen
Orientador: Soely Aparecida Jorge Polydoro Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Resumo: A vida universitária é caracterizada por uma variedade de compromissos acadêmicos que exigem a gestão de múltiplas atividades, objetivos complexos, sendo preciso lidar com prazos delimitados, muitas vezes, simultâneos. Contudo, alguns estudantes procrastinam tarefas acadêmicas e atividades de estudo com frequência. Esse comportamento pode prejudicar o desempenho acadêmico e estar associado a uma dificuldade no processo de autorregulação da aprendizagem dos estudantes. A procrastinação acadêmica pode ser entendida como um fenômeno dinâmico, que envolve aspectos pessoais, comportamentais e ambientais e se caracteriza pelo adiamento não estratégico de ações. O presente estudo objetivou analisar a percepção dos estudantes universitários a respeito da procrastinação acadêmica, bem como investigar a natureza de sua relação com a autorregulação da aprendizagem e variáveis de caracterização. Participaram deste estudo 663 universitários, com idades entre 18 e 56 anos (M= 22,76; dp= 5,75), sendo que 459 (69,44%) eram do sexo feminino. Os estudantes eram provenientes de oito Universidades, das cinco regiões do Brasil, de diferentes cursos e semestres. Os materiais utilizados neste estudo foram: o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, a Escala de Procrastinação Acadêmica e o Inventário de Autorregulação da Aprendizagem. Os dois instrumentos eram respondidos por meio de uma escala tipo Likert, variando de nunca (1) a sempre (5). Além disso, foi apresentada uma questão dissertativa que indagava sobre as tarefas acadêmicas mais procrastinadas. O conjunto de resultados encontrados neste estudo identificou uma correlação negativa e significante entre a procrastinação acadêmica e a autorregulação da aprendizagem e entre a procrastinação acadêmica e a idade dos estudantes. Também foram identificadas mudanças na procrastinação e autorregulação da aprendizagem em função da faixa de idade dos participantes, indicando que estudantes mais novos tendiam a procrastinar com mais frequência que os mais velhos, do mesmo modo que estudantes mais velhos tinham maior probabilidade de autorregular sua aprendizagem que os mais novos. Verificou-se ainda alteração na procrastinação acadêmica e na autorregulação da aprendizagem em função do período de estudo. Sendo que os universitários do período integral e noturno relataram procrastinar com mais frequência que os estudantes de outros períodos. Assim como, os universitários dos turnos matutino ou vespertino tendiam a autorregular mais sua aprendizagem. Complementando esses dados, foi realizada análise qualitativa sobre o relato das atividades acadêmicas mais adiadas pelos universitários. Houve destaque para o adiamento de leituras, trabalhos e estudo para prova. Também foram identificadas justificativas que sugerem que além do tipo de atividade protelada é preciso investigar ainda as semelhanças e características das tarefas e das disciplinas que as propõem. Estes resultados corroboram com evidências de estudos internacionais que entendem a procrastinação acadêmica como uma falha do processo de autorregulação da aprendizagem e oferece sustentação para novos estudos sobre o tema. Abstract: Life at the university is characterized by several academic appointments. They demand to manage multiple activities, complex objectives, and the need to deal with limited and sometimes simultaneous deadlines. Therefore, some students frequently procrastinate their academic tasks and study activities. This behavior may affect the academic performance and the students' processes of selfregulated learning. Academic procrastination has been understood as a dynamic phenomenon, which involves personal, behavioral and environmental issues and is characterized by the postponement of non-strategic actions. This study aimed at analyzing the university students' perceptions about academic procrastination, as well as to investigate the nature of its relationship with self-regulated learning. 663 university students participated in this study, with average age between 18 and 56 years old (M= 22,76; dp= 5,75). There were 459 (69,44%) female. The subjects were from eight universities, from the five geographic regions of Brazil. The used instruments were: Free Informed Term of Consent, Academic Procrastination Scale and Self-Regulated Learning Inventory. Both scales were Likert-type, ranging from never (1) to always (5). Besides, it was asked to dissertate about the procrastinated academic tasks. The results identified a negative and significant correlation between academic procrastination and self-regulated learning, indicating that the more the student procrastinates, the less likely he self-regulates his learning. It was also found a negative correlation between academic procrastination and the age of the students from the sample. Also, changes in selfregulated learning were identified according to the age. These changes suggest that younger students tend to procrastinate more often than the older ones, and that the older ones are more likely to self-regulate their learning than do the younger ones. There was also change in the academic procrastination and in the self-regulation of learning according to the study period. Students from full-time and evening classes tend to procrastinate more often than the ones from other periods. The ones from morning or afternoon classes tended to self-regulate their learning more. In order to complement these data, a qualitative analysis was performed on the most postponed academic activities by the students. Results highlighted the postponing of readings, school work and studying for tests. Moreover, identified justifications suggest that besides the kind of postponed activity, it is necessary to investigate the similarities and characteristics of the tasks and the school subjects that propose those tasks. These results corroborate with evidence of international studies that understand academic procrastination as a failure in the process of self-regulation of learning and present basis for new studies about the topic. Mestrado Psicologia Educacional Mestre em Educação