Tesis
Shopping center : a catedral das mercadorias e do lazer reificado
Registro en:
(Broch.)
Autor
Padilha, Valquiria
Institución
Resumen
Orientador: Ricardo Luis Coltro Antunes Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas Resumo: Esta tese desenvolve uma análise crítica do shopping center como um espaço urbano privado que se traveste de público e que alia estrategicamente a oferta e o consumo de mercadorias com a oferta e o consumo de lazer. Por ter a característica de ser um centro de compras e de lazer, denomino este espaço de "shopping center híbrido". O shopping center é entendido nesta tese como um importante fenômeno da sociedade capitalista mundializada que tem a pretensão de configurar-se como uma nova cidade, mais limpa, mais bonita, mais segura e mais prática que a cidade real. Assim, torna-se um espaço privilegiado direcionado a algumas parcelas da população que se sentem à vontade para freqüentá-lo. Este espaço, que surge nos Estados Unidos por volta de 1950 e rapidamente espalha-se pelo mundo ocidental, adquire uma importância crucial para o desenvolvimento e manutenção da lógica do capital. O shopping center representa hoje o principal locus da "sociedade de consumo" contribuindo significativamente para a proliferação de um modo de vida consumista e fetichista. Além disso, tem significado, cada vez mais, um espaço de ocupação do "tempo livre" das pessoas de classes média e alta. A estratégia de aliar consumo, serviços e lazer sob o mesmo teto busca o aumento do lucro de empresários e comerciantes mas, o discurso ideológico que se propaga em paralelo é que o shopping center oferece uma melhor qualidade de vida a todos que vivem no meio urbano desenvolvido. A ocupação do "tempo livre" em shopping centers vem indicar um evidente fenômeno de submissão do lazer ao mercado, corroborando a tese de que não é possível haver tempo verdadeiramente livre sob a lógica do capital. Nesse sentido, o lazer oferecido pelos shopping centers, verdadeiras "catedrais" das mercadorias, só pode ser reificado Abstract: The aim of this thesis is to critically analyse the shopping centre as a private urban place, which calls itself public and which strategically joins the offer and consumption of goods with the offer and consumption of leisure. Because its characteristic as a shopping and leisure centre, I call this place 'hybrid shopping centre'. In this thesis, the shopping centre is understood as an important phenomenon in a global capitalist society, which intends to take the shape of a new city that is cleaner, more beautiful, more secure and more practical than a real city. Thus, it becomes a privileged place aimed at some groups of the population that feel at ease to visit it. This place, which originated in the United States around 1950 and quickly spread throughout the western world, is crucially important in the development and maintenance of a capitalist system. Today the shopping centre represents the main locus of the "consumer society" contributing significantly to the proliferation of a consumerist and fetishist way of life. Moreover, the shopping centre is becoming more and more a place where people from the middle and upper classes spend their 'free time'. The strategy of joining consumption, services and leisure under the same roof attempts to achieve the increase in profit of entrepreneurs and shop keepers, but the ideological discourse that is spread at the same time is that the shopping centre offers a better quality of life for all those that live in a developed urban environment. Spending "free time" in shopping centres shows an evident phenomenon of submission of leisure to the market, confirming the theory that it is not possible to have real "free time" in a capitalist system. With regards to this, leisure offered by shopping centres - the merchandise cathedrals - can only be reified. Résumé: Cette thèse propose et développe une analyse critique sur le centre commercial - ou shopping center. Les shopping centers - qui sont apparu au cours des années 50 aux Etats-Unis - apparaissent comme des lieux de consommation offrant I'alternative des loisirs aux groupes sociaux à moyen et haut pouvoir d'achat. Ils se caractérisent comme des lieux attirant des groupes sociaux qui s'identifient d'une certaine manière. Les centres commerciaux constituent des espaces privés ou semipublics qui incorporent le public. La consommation est leur raison d'être mais le loisir est en parallèle un moyen d'attraction, en plus des motivations d'achat. C'est pour cela qui je les désigne ¿shopping centers hybrides". Lieux de consommation par excellence des sociétés capitalistes mondialisées, ces centres sont conçus pragmatiquement et scientifiquement, jusque dans les moindres détails, en fonction de Ia finalité: I'acte d'achat. Les shopping centers répresentent aujourd'hui le loeus de Ia ¿société de consommation" le plus important, en contribuant à I'avànement d'un mode de vie fétichiste, en faveur de Ia logique du capital. La stratégie consistant à associer consommation, services et loisirs sous le même toit a pour but d'augmenter le profit des capitalistes et des commerçants. Mais le discours idéologique, en parallèle, propage que le shopping center offre une meilleure qualité de vie à tous. L'occupation du ¿temps libre" dans des shopping centers démontre un évident phénomàne de soumission du loisir aux lois du marché, en corroborant Ia thèse de I'impossibilité d'un temps vraiment libre sous Ia logique du capital. Dans ce sens, le loisir offert par les shopping centers, les cathédrales" des marchandises, ne peut être que réifié Doutorado Doutor em Ciencias Sociais