Tesis
Silenciamento da violência contra a mulher : relatos e resistência na escola
Fecha
2021-07-12Registro en:
LUIZ, Flávia Aparecida de Souza. Silenciamento da violência contra a mulher: relatos e resistência na escola. 2021. 145 f., il. Dissertação (Mestrado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Luiz, Flávia Aparecida de Souza
Institución
Resumen
O objetivo desta dissertação de mestrado é analisar como os discursos de silenciamento da
violência contra a mulher se constituem na escola e impactam as representações e
identificações das estudantes. Os dados aqui analisados foram gerados no ano de 2018 em
duas escolas públicas de ensino fundamental – anos finais, da cidade de Ceilândia/DF. Os
dados foram gerados com colaboradores/as distintos/as, dentro da hierarquia institucional da
escola: gestor/a (direção ou supervisão), docentes (professores/as ou coordenadores/as) e
estudantes (todos do 9o ano), e foram priorizados estudantes adolescentes mulheres e
adolescentes homens, principais colaboradores para a pesquisa. Contudo, os relatos mais
relevantes foram os das adolescentes mulheres, sobretudo para investigar os impactos do
silenciamento da violência contra a mulher em suas representações e identificações. Para
direcionar, delimitar e embasar a presente pesquisa, a base teórica e metodológica empregada
é da Análise de Discurso Crítica – ADC (CHOULIARAKI; FAIRCLOUGH, 1999; FAIRCLOUGH,
2001; FAIRCLOUGH, 2003; MAGALHÃES; MARTINS; RESENDE, 2017). Com base
transdisciplinar, a ADC dialoga com outras teorias e linhas de estudos, o que foi importante
para esta dissertação, em que os focos de estudo estão: sobre o silenciamento (ORLANDI,
2007; KILOMBA; 2020); sobre a mulher, violência contra a mulher e resistência (SAFFIOTI,
2015; TELES; MELO, 2017; ZANELLO, 2018; SPIVAK, 2010); sobre poder, dominação
masculina, ideologia, educação (DIJK, 2018; BOURDIEU, 2019; THOMPSON, 2002; FREIRE,
2014; 2015; 2018; 2019; HOOKS, 2019). Pela pesquisa é possível perceber que, quando é a
escola que silencia a violência contra a mulher, além de ela se omitir de sua função social e
contribuir para que a violência se fortaleça, retira de seus/suas estudantes uma das poucas
oportunidades, senão a única, de repensar a reprodução do sistema patriarcal hegemônico,
que se vale das construções sociais pré-estabelecidas para homens e mulheres que alimentam
uma relação desigual de gênero — base da violência contra a mulher.