dc.description | Na Igreja de São Francisco, considerada por muitos a obra-prima do conjunto, o arquiteto utilizou uma nova solução construtiva que, ao invés de uma estrutura independente, com lajes de concreto apoiadas em pilares, tal como propunha a arquitetura racionalista, vale-se de uma abóboda parabólica de concreto armado, a qual permite que um único elemento seja suficiente para que sejam construídos teto e paredes. No interior da Igreja, o mural de São Francisco, pintado por Cândido Portinari(1903-1962), ocupa toda a parede do fundo e encurta a abóboda, estreitando-a na direção do altar. O jogo de luz formado na relação entre o coro iluminado e a madeira escura da nave destaca ainda mais o mural. A facha posterior da capela é recoberta por uma composição branca e azul de azulejos, também de Portinari, que novamente representa São Francisco. Uma impactante dualidade cromática barroca, externa-interna, se opera: a cobertura de mosaicos do Paulo Werneck e o mural de azulejos de Portinari, ambos externos, são de tons azulados, frios e celestes formam um contraponto com os tons avermelhados, quentes, terrosos e carnais do forro de madeira e do mural interno de Portinari. Oscar Nieyemer confere à Igreja um caráter assimétrico e flexível vindo da liberdade criativa no emprego das curvas e linhas oblíquas, que tomam partido das possibilidades plásticas e escultóricas do concreto armado. | |