dc.description | Esta pesquisa de caráter qualitativo e perspectiva afrocêntrica teve como objetivo compreender quais eram os sentidos e os significados que crianças entre 10 e 11 anos de idade e residentes na Comunidade Quilombola do Monte Recôncavo/BA, atribuíam tanto ao território quanto às suas experiências de serem crianças e, quilombolas. Pautada em alguns dos conceitos utilizados pela Sociologia da Infância a criança, neste estudo, ganhou relevância e protagonismo e foi, em todo tempo, tida como sujeita de direitos e produtora de culturas. Buscou-se compreender a comunidade e o território na perspectiva das crianças; identificar seus espaços e lugares de sociabilidade e de brincadeiras e, ainda, entender em suas narrativas, o que é ser criança no contexto do Quilombo do Monte Recôncavo. O referencial teórico foi constituído a partir das seguintes abordagens: a) Território e territorialidade b) Identidade Quilombola e c) Sociologia da Infância. Em relação aos procedimentos para a produção de dados, foi utilizada a contação de histórias, a construção de mapas vivencias, a entrevista-conversa e, também, a confecção de uma árvore da vida. Como resultado, foi possível compreender que as territorialidades construídas pelas crianças quilombolas do Monte Recôncavo se dão a partir de suas interações entre si e com os adultos, em um processo de construção e (re)construção de narrativas acerca da história local, dos mitos e lendas, de seus olhares sobre as manifestações culturais, de suas compreensões sobre religiosidade e, evidentemente, das diferentes brincadeiras. Também, foi possível apreender que o processo que elas – as crianças – estão construindo e reafirmando sobre suas identidades, se pauta, em alguns casos, pelo racismo em relação aos seus pertencimentos e pelo racismo religioso. | |