dc.description | O objetivo central deste estudo é investigar as experiências de trabalhadores e trabalhadoras da Usina Cinco Rios, São Sebastião do Passé, Bahia, entre os anos de 1930 a 1970. Neste período, a usina foi administrada pelo político e empresário baiano Clemente Mariani, num contexto no qual o Recôncavo Baiano vivenciava importantes transformações sociais e econômicas. Assim, buscamos investigar as relações de trabalho nos espaços dentro e fora da usina, além de perceber os vínculos construídos ao longo de muitos anos, sociabilidades, negociações e resistências de homens e mulheres negras daquela região. Na sua formação econômica e social o Brasil se estabelece como um país de economia fundamentalmente agrária, voltada essencialmente ao cultivo da cana-de-açúcar, tendo como base o trabalho escravo. Mudanças significativas no pós-abolição, reestruturam tais relações de trabalho e, selam os destinos da população livre e liberta do Recôncavo, entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX. A Usina Cinco Rios foi criada em 1912, visando dentre outros aspectos, absorver essa mão de obra, e foi considerada uma das mais importantes do Recôncavo Baiano. Nesse estudo, as memórias de ex-trabalhadores da usina são ativadas e emergem, sendo cruzadas com outras fontes escritas tais como documentos pessoais, carteiras de trabalho, livro de memórias, dentre outros registros, nos ajudando a interpretar e compreender as experiências de trabalhadores negros e negras, em busca de cidadania no início da República. | |