dc.description | Nesta dissertação, com base em nossa ancestralidade comum, analisaremos a Filosofia da Ancestralidade, a partir de significados e práticas culturais de tradições africanas e afrobrasileiras. São saberes, valores e práticas culturais preservados pelos nossos antepassados e intermediados pelo agenciamento de Exu: como força de contínuo movimento e recomeço civilizacional. Intenta-se, nesse mesmo sentido, o pensamento da Filosofia da Ancestralidade como agência de educação antirracista, descolonização do conhecimento, do currículo e do ensino de Filosofia no Brasil. Esboça-se, conforme esse intuito, a discussão da mandjuandadi, como uma manifestação cultural da Guiné-Bissau, baseada na tradição oral (oralitura), na qual
as cantigas de ditos são criadas, ganham corpo, ritmo e performance (SEMEDO, 2000; 2010), tal como movimentação vital continuamente reinaugurada e revigorada na corporeidade de Exu. A pesquisa seguirá uma abordagem qualitativa, orientando-se pela descrição conceitual, explicativa e bibliográfica, com embasamento teórico balizado por aspectos epistemológicos, éticos, estéticos e políticos afrorreferenciados. Justificam-se a atualidade e a importância desse tema para a comunidade acadêmica e para todos os coletivos negros, especialmente para os povos brasileiros, no sentido de combate a todas as formas de racismos (étnicos, epistêmicos, religiosos, contra as matrizes e as presenças africanas de formação do povo brasileiro). O principal aporte teórico-conceitual desta dissertação é a Filosofia da Ancestralidade assentada em Exu: como agência de pensamento e prática filosófica. O pressuposto é o de contribuir para descolonizar o pensamento eurocêntrico ou “deseuropeizar” o currículo de Filosofia, sugerindo alternativas às/aos professoras/es e estudantes de Filosofia, na reconstrução de memórias e comportamentos de vida historicamente negados e apagados pelo ocidente, sobretudo no tocante ao respeito das ancestralidades negro-africanas
guineenses e brasileiras. | |