dc.description | A exploração do território africano pelos europeus teve como principal motivação o racismo, utilizando a noção de raça para justificar a segregação dos povos negros africanos, sob uma pseudoideia de superioridade racial branca em detrimento de uma dita inferioridade dos povos e culturas dos negros em África. O racismo é um fenômeno
global, que desde o processo de escravização vem operando como toda forma de amesquinhar, oprimir, desprezar e humilhar os negros de uma maneira a convencê-los de sua própria “inferioridade” (SOUZA, 2021). Desse modo, este artigo tem como objetivo central analisar como o racismo estrutural é retratado no conto Nós Matamos o Cão Tinhoso. Posto isso, este artigo, que possui um caráter metodológico qualitativo, documental e interdisciplinar, insere-se no campo epistemológico dos Estudos Culturais (BENNETT, 1992) no Brasil. Os estudos culturais são um campo de investigação de caráter interdisciplinar que explora as diversas formas de produção ou criação de
significados e de difusão dos mesmos nas sociedades atuais. Portanto, pretende-se revelar de que forma o racismo
opera no contexto moçambicano por meio de análises realizadas na obra supramencionada, de autoria do escritor Luís Bernardo Honwana, publicado em 1964. Por fim, será constatado como a literatura é um campo relevante para se refletir sobre o contexto moçambicano e de como o racismo do passado, de certa forma, ainda persiste nessa sociedade com outras faces. | |