dc.description | O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre a contribuição da filosofia africana, especialmente a Bantu/Ubuntu, para pensar a relação do homem com o meio ambiente. Para isso, num primeiro momento, propomos expor de maneira preliminar e não exaustiva diferentes entendimentos acerca da noção de Natureza em alguns dos principais pensadores da tradição ocidental, bem como sua repercussão para pensar o meio ambiente e compreender a crise ecológica na atualidade. Num segundo momento, trata-se de analisar a relação entre humanos e não-humanos nas filosofias Bantu e Ubuntu, apresentando sobretudo seus suportes básicos no que se refere ao equilíbrio cósmico. Partindo da hipótese de que a tradição ocidental, apesar de sua diversidade, tem como principal característica o antropocentrismo, um dos fundamentos, embora não o único, da crise ambiental na atualidade, buscaremos mostrar como a filosofia bantu/ubuntu, sobretudo a partir de M. Ramose e de L. Le Grange, pode contribuir para uma compreensão mais equilibrada do homem com o meio ambiente e, nesse sentido, dialogar com perspectivas críticas na própria tradição ocidental, como a de G. Deleuze e F. Guattari com as noções de rizoma e de ecosofia. Para possibilitar a realização desta pesquisa foi necessário proceder à metodologia – abordagem bibliográfica com base no levantamento de textos escritos por filósofos ocidentais, africanos e, entre outros. Assim, a partir dos pensamentos dos autores que se segue: Tempels, Ramose e Le Grange, consideramos a contribuição da filosofia Bantu/ubuntu, assim como a ação ética a partir da ecologia rizomática, como caminhos indispensáveis que, de fato, podem conduzir a humanidade à luz da reconstrução do equilíbrio cósmico. | |