dc.description | Fatores genéticos podem influenciar para suscetibilidade a doenças, principalmente
quando associados a fatores externos, em pneumopatias o ataque de microorganismos pode
contribuir para o mau funcionamento dos pulmões. Muitos estudos ao longo dos últimos 50
anos sugerem que fatores genéticos do hospedeiro influenciam suscetibilidade à tuberculose.
Supõe-se que polimorfismos presentes nos genes da ECA e da eNOS podem acarretar
problemas específicos e particulares, em vias metabólicas responsáveis pela homeostase de
diversas partes do organismo humano, resultando em deficiências genéticas no funcionamento
de órgãos, como os pulmões ou em sistemas inteiros como o circulatório. No que se refere à
tuberculose, enfermidade parasitária e infecciosa, não se tem conhecimento de trabalhos de
associação genética para verificação de uma provável proteção ou susceptibilidade que as
enzimas ECA e eNOS, possam promover aos indivíduos portadores dos alelos de seus genes
na população de Porto Velho/RO. Neste trabalho procurou-se analisar a ocorrência dos
principais alelos da ECA e da eNOS em pacientes com tuberculose pulmonar positiva 88,03%
do total de 117 pacientes, através da análise laboratorial de amostras biológicas coletadas com
autorização prévia, bem como a avaliação do perfil epidemiológico da doença no município
de Porto Velho – RO, através da coleta de dados pessoais e verificação dos prontuários
encontrados na Policlínica Rafael Vaz e Silva. A genotipagem molecular para o polimorfismo
da ECA nos pacientes (n=91) possibilitou as frequências 0,7747 ECA*D e 0,2253 ECA*I,
com p= 0,152. Enquanto nos controles (n=75) as frequências foram de 0,8200 ECA*D e
0,1800 ECA*I, sendo p= 0,057, da análise da tabela de contingência obteve-se (F2
= 6,29; gl=
2; p=0,043), demonstrando que apesar das populações estarem individualmente em equilíbrio
de Hardy-Weinberg existe diferença entre ambas. Ao confrontar as duas amostras através do
teste de risco relativo para os portadores do alelo ECA*D, obteve-se um resultado
estatisticamente significativo (Risco relativo X=0,07; IC95% 0,01<X<0,61; p=0,016) o que
pode sugerir que este alelo de alguma forma contribua para proteção contra tuberculose. Em
se tratando dos alelos do sistema NOS3 nos pacientes (n= 63) foi observada a frequência de
0,8413 eNOS4*B, e 0,1587 eNOS4*A com p= 0,134, enquanto nos controles (n=37) as
frequências encontradas foram de 0,8108 eNOS4*B e 0,1892 eNOS4*A com p= 0,155
demonstrando que as populações para este sistema também estão em equilíbrio de HardyWeinberg
de forma individual. Quando do confronto das duas amostras obteve-se (F2
= 1618;
gl= 1; p=0,6875) de onde se pode inferir que não existem diferenças significativas entre as
populações. Quando dos cálculos do risco relativo, (Risco relativo X= 0,76; IC95%
0,33<X<1,75; p=0,5240) estes não foram estatisticamente significativos, sendo assim não
demonstraram nenhuma associação entre os alelos e o risco ou proteção para a tuberculose
quanto a este sistema. | |