dc.description | A presente dissertação constitui-se pelo estudo sobre a proposta de Cidade
Educadora como uma potencialidade educacional. Esse modelo de cidade
permite a educação além sala de aula e se estende da escola para os espaços
urbanos, porque na Cidade Educadora, a escola aprende com a cidade, assim
como a cidade aprende com a escola e seus cidadãos. O objetivo geral foi
desvendar se a proposta de Cidade Educadora pode ser a alternativa para o
modelo de educação além-escola. Foi realizada pesquisa de campo em três
cidades brasileiras integrantes da rede: Caxias do Sul (RS), Santo André (SP)
e Vitória (ES), as quais nos permitiram compreender em alguns aspectos que é
possível a transformação dos municípios em uma Cidade Educadora, em vista
da concretização de políticas públicas democráticas e incentivadoras da
participação cidadã nas ações urbanas em suas mais diversas instâncias.
Nessa perspectiva, as cidades pertencentes à Associação Internacional de
Cidades Educadoras - AICE devem ter suas práticas condizentes com os
princípios da Carta das Cidades Educadoras, isto é, as cidades que integram a
AICE passam a serem orientadas para o compartilhamento das experiências
em prol da gestão democrática participativa. O estudo de caso nessas três
cidades Educadoras brasileiras se deu por meio da perspectiva exploratóriodescritiva,
com abordagem qualitativa, com levantamento bibliográfico e
documental. Como objetivos específicos realizamos o levantamento sobre a
história da educação a fim de entender como as políticas públicas educacionais
se correlacionam aos modelos de governos instalados no tempo e no espaço;
apresentamos a diferença entre políticas públicas de Estado e políticas
públicas de Governo; identificamos a rede internacional de Cidades
Educadoras, com os seus objetivos e as cidades integrantes e, caracterizamos
essas cidades com suas potencialidades enquanto instrumentos educativos via
projetos de cunho participativo. Os resultados mostraram que a
descontinuidade das ações com a troca de gestão governamental é uma das
maiores dificuldades encontradas pelas cidades. A pesquisa nos permitiu
também observar que o ingresso e participação de algumas cidades brasileiras
na AICE se trata de um Programa de Governo e não de projeto de política
pública. Os dados demonstram que, se a gestão municipal não se atém aos
princípios da Carta das Cidades Educadora, o projeto perde sua identidade
educacional. As cidades pesquisadas apresentaram a intenção de mudança e
o interesse em realizar propostas diferentes para efetivar um modelo com
potencial educacional diferenciado. Conclui-se que o modelo de Cidade
Educadora é inovador e pode contribuir não só para a educação, mas para a
melhoria de outras instâncias sociais da vida cotidiana, uma vez que propõe
intercâmbios de saberes, conhecimentos, experiências e até de dificuldades;
elaboram projetos em defesa dos direitos sociais: educação, saúde, lazer,
inclusão digital, lazer, e outros, em várias instâncias, em atendimento à
Constituição Federal de 1988 e às legislações infraconstitucionais que propõem
que a educação deve ser atendida pela família, Estado e sociedade. | |