dc.description | O mastocitoma é referenciado como o “grande” imitador por ter diversas
apresentações, podendo imitar inúmeras lesões cutâneas. É uma neoplasia maligna,
que atinge tecido cutâneo, na apresentação de tumor único. Seus principais sítios
metastáticos relatados são: baço, fígado e linfonodos (DALEK et al., 2016).
Provenientes dos mastócitos e pertencem ao grupo de neoplasias de células
redondas, por apresentarem formato redondo a oval e possuírem núcleo esférico.
Os mastócitos são células hematopoiéticas e agranulares que participam da
cicatrização de feridas, respostas antiparasitárias, respostas imunes inatas e
atenuação de várias toxinas de insetos e aranhas. Os mastocitomas, quando
migram para o tecido conjuntivo, se desenvolvem em grânulos. Sua diferenciação e
proliferação dependem do fator de crescimento - fator de células-tronco (SCF), o
qual se liga ao receptor tirosina quinase (KIT) (METCALFE; MEKORI; ROTTEM,
1995; MUPHY, 2003; WILLMANN et al., 2019).
Seus aspectos macroscópicos são visualizados em massas cutâneas, não
encapsuladas, com cerca de 2 a 5 cm de diâmetro, podendo aumentar conforme
liberação de histamina, a qual determina o grau de vermelhidão, prurido, eritema e
úlceras (THANMN & VAIL, 2007). Estes sinais clínicos são provenientes da
degranulação espontânea, ou podem ocorrer por trauma (WILLMANN et al., 2019).
Localizados em geral em membros e tronco dos animais, com característica
infiltrativa para camadas mais profundas da pele (DALEK et al., 2016)
O diagnóstico presuntivo pode ser realizado no momento do exame físico,
avaliando o aspecto, forma e tamanho dos linfonodos. A citologia aspirativa por
agulha é considerada um bom método de diagnóstico presuntivo. As lâminas são
coradas com coloração Wright-Giemsa ou azul de toluidina e demonstram o
citoplasma basofílico abundante contendo numerosos grânulos que tipicamente
coram roxo (WILLMANN et al., 2019). Exames complementares de imagem, como
ultrassom e raio-X, auxiliam no estadiamento investigando a presença de
metástases (LANGENBACH et al., 2000).
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O diagnóstico definitivo de mastocitoma somente é definido por análise
histopatológica. Pode-se definir prognóstico e tratamento, demarcando o grau e
estágio da neoplasia através das características histomorfológicas (GUERRA, 2022).
Existe na literatura duas graduações para definir o grau do tumor. O sistema de
Patnaik (1984) avalia os mastocitomas em três níveis - grau I, grau II e grau III, o
ultimo sendo o mais indiferenciado e portanto o mais maligno, já segundo Kiupel
(2011), 2 níveis: mastocitoma baixo grau e alto grau, nesse último devem apresentar
pelo menos um dos seguintes fatores: sete figuras mitóticas em 10 campos de 400
×; ou três células multinucleadas (com três ou mais núcleos) em dez campos de 400
×; ou três núcleos bizarros (núcleos muito atípicos, com endentações pronunciadas,
segmentação e forma irregular) em 10 campos de 400 ×; ou presença de
cariomegalia (WERNER et al., 2016).
Para tumores classificados em baixo grau, que não demonstram prognósticos
ruins, a ressecção deve ser feita com uma boa margem cirúrgica. Nos casos em que
não é possível obter esta margem, a terapia adjuvante recomendada é a
radioterapia, que pode ser eficaz na prevenção da recorrência da doença. Ainda,
para tumores de alto grau, combinações de cirurgia, radioterapia, quimioterapia e
inibidores de tirosina quinase podem ser o tratamento de escolha (WILLMANN et al.,
2019). | |