| dc.description | O presente estudo analisa as estratégias usadas por agricultores e agricultoras familiares de base orgânica e agroecológica do Distrito Federal e entorno para enfrentar as limitações impostas pela pandemia da Covid-19 quando a doença chegou ao Brasil, e para garantir a comercialização e escoamento de seus produtos. Para alcançar os objetivos da investigação, além de pesquisa bibliográfica e documental, realizou-se trabalho de campo com entrevistas semiestruturadas e envio de questionários para 50 produtores/as familiares. De forma complementar, outro questionário foi endereçado a 21 consumidores, para averiguar como responderam aos novos formatos de comercialização. A análise dos dados indica que o uso de tecnologias de informação e comunicação (TIC), por meio de canais digitais, em especial redes sociais, associado ao serviço de entrega em domicílio (delivery), foi a estratégia principal adotada pelas famílias agricultoras para sobreviver à crise sanitária e econômica que recaiu sobre a população a partir de março de 2020; porém, para muitos, isso não se mostrou sustentável a médio prazo. Observa-se que, em face da insuficiência de apoio governamental e de políticas públicas voltadas para o setor, a resiliência no meio rural dependeu quase exclusivamente de esforço individual e da rede de agricultores e consumidores próximos. Além disso, iniciativas como as Comunidades que Sustentam a Agricultura (CSAs) podem se mostrar um modelo a ser seguido, pela tendência de oferecerem maior estabilidade a quem produz e a quem consome em momentos de crise. | |
