dc.description | Com o intuito de proporcionar reflexões acerca das múltiplas práticas de violência perpetradas no cotidiano e suas interrelações com as questões de gênero, a presente pesquisa adotou como bases teóricas a Psicologia Cultural e os Estudos Feministas e de Gênero. Foram estabelecidos, ainda, diálogos a partir de contribuições teóricas provenientes da Psicanálise e do pós-estruturalismo, apoiado em discussões foucaultianas sobre o poder. A pesquisa teve como objetivo geral: analisar como as construções identitárias relativas à masculinidade hegemônica impactam subjetivamente os homens e suas interfaces com o fenômeno da violência. Quanto à metodologia, inspirada na Epistemologia Qualitativa desenvolvida por González Rey, optou-se pela realização de seis entrevistas individuais semiestruturadas, com homens entre 18 e 35 anos, em conjunto com a apresentação de imagens previamente selecionadas. Para analisar e interpretar as informações construídas, utilizou-se a análise de conteúdo temática. Os resultados da pesquisa indicam a complexidade e atualidade do tema, devido às mudanças macrossociais significativas sofridas nas últimas décadas no que tange às relações de gênero, ressaltadas pelos participantes que, em diferentes níveis, expressaram, concepções críticas ao machismo e à masculinidade hegemônica. Ainda assim, são evidenciadas implicações subjetivas em termos de sofrimento psíquico, decorrentes da forma com que as relações de poder estão, ainda hoje, estruturadas, diante do esforço constante em adequar-se a ideais arbitrários culturalmente almejados no tocante aos modos de exercer sua masculinidade. | |