dc.description | Este trabalho tem como objetivo apresentar um estudo qualitativo das estratégias
desenvolvidas por uma pessoa que convive com a doença de Parkinson há 15 anos para
manter sua qualidade de vida e sentido existencial no convívio com uma doença de base
neurológica irreversível. Trata-se de um estudo de caso com uma mulher diagnosticada com
Parkinson aos 41 anos, numa fase ainda bastante produtiva de sua vida. O estudo realizado
baseou-se na Teoria da Subjetividade e na Epistemologia Qualitativa, ambas desenvolvidas
por González Rey (2002, 2005). A análise foi desenvolvida a partir dos conceitos de
subjetividade, sujeito, configurações subjetivas e sentido subjetivo, categorias fundamentais
para a compreensão do modo como o sujeito que adoece encara e confronta, a partir de sua
singularidade, a dor física e psicológica, encontrando formas próprias e originais para manter
um relativo estado de bem-estar, mesmo convivendo com uma doença crônica irreversível.
Tomando como base os pressupostos da metodologia construtivo-interpretativa, as
informações que subsidiaram a análise foram produzidas em dinâmicas conversacionais
realizadas e durante um processo de complemento de frases. A análise e construção da
informação permitiram observar e registrar a presença de um sujeito, que confronta as
predições médicas tradicionais sobre o Parkinson e que busca, servindo-se de suas condições
econômicas e socioculturais privilegiadas, gerar alternativas saudáveis de vida, prazer e bem estar
mesmo em meio à experiência com uma doença crônica debilitante e irreversível. | |