dc.description | Esse estudo aborda a mudança da imagem de si, por meio da psicoterapia como um processo,
na Abordagem Centrada na Pessoa, a partir das contribuições conceituais de Carl R. Rogers e
seus seguidores. Explora-se a dinâmica da apropriação da imagem de si pela apreensão da
experiência vivida. Pretende-se, com esse trabalho, intensificar nos leitores o desejo de refletir
sobre a capacidade do indivíduo de otimizar seus próprios recursos e potencialidades para
alinhar-se ao seu próprio eu, a imagem de si. O objetivo geral é investigar o processo da
mudança da imagem de si mobilizada pela recomposição do sistema genuíno de funcionamento
do organismo (indivíduo como um todo), conforme sua evolução terapêutica apresentada na
sucessão das sete fases do contínuo da Psicoterapia Centrada na Pessoa. Propõe-se, como
objetivos específicos, examinar três formulações: i) o nível diferencial entre a imagem de si (do
cliente) no início e depois da psicoterapia como um processo; ii) o modo pelo qual a mudança
na imagem de si influencia nas experiências do indivíduo; iii) os efeitos resultantes do processo
terapêutico sobre o contato que o cliente faz consigo mesmo. A metodologia utilizada
compreendeu a revisão da literatura, com ênfase nas proposições de Rogers e outros autores da
mesma tradição teórica sobre a Abordagem Centrada na Pessoa, além do exame de um caso
clínico avaliado na prática da Psicoterapia Centrada na Pessoa, com intuito de ilustrar os
aspectos discutidos na teoria. O caso clínico explorado foi constituído por um único
participante, cliente em psicoterapia individual, conduzida por uma aluna/estagiária do último
ano do curso de formação de psicologia sob orientação de um professor qualificado e inscrito
no CRP – Conselho Regional de Psicologia, constando os procedimentos da escola-clínica do
Centro de Formação de Psicólogos – CENFOR. No que se refere ao nível diferencial entre a
imagem de si (do cliente) no início e depois da psicoterapia como um processo, o caso clínico
permitiu constatar que houve efetiva mudança da imagem de si, levando o cliente a um melhor
reconhecimento das suas capacidades reais e potenciais. No que diz respeito ao modo pelo qual
a mudança na imagem de si influencia nas experiências do indivíduo, observou-se uma
tendência do cliente a transferir o seu foco de atenção para o momento presente e a assumir a
responsabilidade pela suas decisões e pelo curso da sua vida. Quanto aos efeitos resultantes do
processo terapêutico sobre o contato que o cliente faz consigo mesmo, este passou a recorrer
aos seus próprios critérios – em lugar de terceiros – para sua auto-avaliação e aceitando mais a
si mesmo, necessita menos da aceitação dos outros. Em termos das sete fases da psicoterapia
como processo, o estágio de evolução do cliente corresponde aproximadamente à quarta fase.
O exame do caso clínico, portanto, permitiu ilustrar as quatro primeiras fases da psicoterapia
como um processo. | |