dc.description | Espaço e tempo são os principais limites a partir dos quais se definem conceitualmente fatos, eventos e coisas de forma geral. O espaço é a extensão indefinida aonde as coisas existem, o tempo é a extensão continua onde elas acontecem. Duas coisas são diferentes, por que não podem existir ao mesmo tempo, no mesmo espaço. Budismo e psicologia são indiscutivelmente coisas diferentes, em todos os sentidos. Este artigo não questiona esta diferença. Discute uma possível conciliação entre filosofia budista e filosofia behaviorista, segundo a concepção de uma possível ciência do comportamento
humano. Nesta concepção, Budismo e Behaviorismo têm um objetivo comum, a busca da felicidade. Os caminhos diferentes se apresentam não como contraditórios, mas como complementares. O trabalho, parte de uma análise histórica do desenvolvimento da psicologia, versus o desenvolvimento do budismo. Depois faz uma comparação entre fundamentos behaviorista como: monismo, agência religiosa e condicionamento
operante; e fundamentos budistas como: não-dualismo, concepção de religião e visão
oriental de condicionamento. Discorre sobre as possibilidades budistas e behavioristas
de se conceber conhecimento como comportamento e autoconhecimento como comportamento com função especial na solução dos conflitos do homem. Apresenta uma visão de psicoterapia monista, que, tanto para budistas como behavioristas, tem
por objeto apenas o comportamento. Comportamento enquanto evento que existe em
uma determinada relação de tempo e espaço. A psicoterapia, enquanto monista, questiona a existência de um “eu” isolado, absoluto, independente, e, entende o indivíduo como uma coleção e superposição de comportamentos públicos e privados, em um determinado contexto, em um determinado espaço e tempo, em uma
determinada relação de interdependência. Nesta concepção, o “eu” não surge por si só, ele é condicionado. A psicoterapia monista é assim dirigida para o comportamento. É um processo contínuo de aprendizagem de aquisição, manutenção e extinção de comportamentos. A análise funcional é apresentada como instrumento de reflexão
conceitual que permite perceber o que é efêmero e condicionado, através da descrição verbal dos eventos, comportamentos e ambiente. A meditação é apresentada como instrumento de percepção não-conceitual que permite distinguir entre a realidade da experiência imediata e as interpretações conceituais da experiência. Meditação e análise funcional juntas trilham um caminho prático e objetivo em busca da felicidade. | |