dc.description | O presente trabalho trata da Atenção à Saúde Mental no Brasil, mais especificamente no
tratamento dispensado aos portadores de sofrimento psíquico em instituições psiquiátricas. O
tema proposto vem de encontro à realidade de como a Saúde Mental no Brasil ainda está
ligada à exclusão e a maus tratos dos usuários dentro instituições psiquiátricas. Esse tema traz
para reflexão o tratamento dispensado aos portadores de sofrimento psíquico, através da
internação em instituições psiquiátricas, em sua natureza de confinamento, retirando do
sujeito sua autonomia, sua participação social, seus hábitos e se mostrando ineficaz para
alcançar o objetivo da intervenção psicossocial, que é o de reinserir o portador de sofrimento
psíquico novamente em seu contexto social. Almejando a valorização do indivíduo, nota-se a
importância da possibilidade de tratamentos mais humanizados e mais integradores. O
presente trabalho tem como objetivo promover a reflexão acerca da história da loucura e da
exclusão social dos portadores de sofrimento psíquico ao longo das épocas, refletir
transformações pelas quais o cuidado em saúde mental vem passando nas últimas décadas,
analisar a Legislação Psiquiátrica Brasileira através de um levantamento no que tange suas
ementas, os regimes de internações, os modelos assistenciais propostos e os principais direitos
assegurados aos portadores de sofrimento psíquico para enfim mostrar a importância dos
serviços substitutivos, em específico os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) quanto ao
processo de transformação e superação do paradigma manicomial. Assim pretende mostrar
através do modelo psicossocial a existência de uma nova perspectiva de prática psiquiátrica
que promove a abertura para propostas e dispositivos terapêuticos de Atenção em Saúde
Mental. Portanto, percebe-se que tratamentos inadequados dispensados aos portadores de
sofrimento psíquico dentro das instituições psiquiátricas é agravado pelo modelo de
internação, uma vez que, nestes espaços, o doente encontra-se privado do contato com o
mundo e sem defesas, tendo a sua capacidade de autonomia comprometida. Assim, se faz de
grande importância o questionamento do paradigma psiquiátrico, já que é a partir deste que se
legitimam a loucura enquanto doença e irracionalidade, conceitos que justificam a exclusão e
um tratamento que visa à tutela. | |