dc.creatorCamargo, Erika Barbosa
dc.creatorElias, Flávia Tavares Silva
dc.date2020-09-01T18:17:33Z
dc.date2020-09-01T18:17:33Z
dc.date2020
dc.date.accessioned2023-09-27T00:14:07Z
dc.date.available2023-09-27T00:14:07Z
dc.identifierCAMARGO, Erika Barbosa; ELIAS, Flávia Tavares Silva. Nota rápida de evidência: o papel dos transportes públicos na transmissão de COVID-19. Brasília: Fiocruz, 2020. 12 p.
dc.identifierhttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/43142
dc.identifier.urihttps://repositorioslatinoamericanos.uchile.cl/handle/2250/8898799
dc.descriptionTecnologia: Transportes públicos e a transmissão de COVID-19 Indicação: Servidores que necessitam de transportes públicos para deslocamento em longas distâncias. Caracterização da tecnologia: A nota rápida de evidência foi elaborada para atualizar as evidências referentes ao papel dos transportes públicos na transmissão de COVID-19. As evidências apresentadas são as que estão atualmente disponíveis e devem ser revisadas com a finalidade de renovar e de tornar público dados de importância para a saúde pública. Contexto e Pergunta: A Fiocruz Brasília está elaborando proposta de plano de retorno e em reunião entre assessoria da Direção, o Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde (NEVS) e o Programa de Evidencias para Políticas e Tecnologias em Saúde (PEPTS) surgiu a necessidade de uma nota de revisão rápida sobre qual a participação dos transportes públicos na transmissão do COVID-19. Busca e análise das evidências científicas: As buscas foram realizadas no dia 12/08/2012 via OVID nas seguintes bases de dados: Embase Classic+Embase, Global Health , Joanna Briggs Institute EBP Database, Ovid MEDLINE(R) and Epub Ahead of Print, In-Process & Other Non-Indexed Citations, Daily and Versions Resumo dos resultados dos estudos selecionados: Foram incluídos para análise dois estudos, sendo uma revisão sistemática e um estudo de modelagem de risco. A revisão sistemática de Zhen et al, 20201 incluiu outra revisão sistemática2, um estudo do tipo caso-controle7 e dois estudos de modelagem8,9. O estudo de Browne et al 20162 ( também uma revisão sistemática), incluída no estudo de Zhen et al, 20201 avaliou 4 artigos que tratavam sobre transporte público com evidencias indiretas tomando como base o risco de H1N1, Infecção Respiratória Aguda e Influenza. Dois estudos de casos, uma investigação epidemiológica retrospectiva e um caso controle. O primeiro estudo de caso citou viagem entre a Espanha e a Suíça por mais de 12 horas estimando-se um risco de transmissão por H1N1 de 1,96%3. O segundo estudo de caso encontrou que numa viagem ocorrida na França de mais de 3,5 horas de duração em 2 dias, 84% (21/24) das crianças e 50% (3/5) dos adultos estavam acometidos pelo H1N14. A investigação epidemiológica retrospectiva encontrou que a transmissão de H1N1 aumentou com o tempo de permanência no trem, sendo o menor tempo 13 horas com transmissão de 0,56% e o maior tempo 40 horas com transmissão de 7,68% (χ2 = 23.50, P < 0.001) 5. O estudo de caso controle encontrou que pessoas com Infecção Respiratória Aguda (IRA) eram quase seis vezes propensas a terem usado o transporte público nos últimos 5 dias (Odds Ratio OR 5.94; p<0.056). Ainda na revisão sistemática de Zhen et al, 20201, o estudo de caso-controle encontrou que o uso de transporte público na Espanha nas condições de análise específica da pesquisa tinha baixa probabilidade de ter provocado transmissão de influenza OR 0.45 (95%; IC 0.30 - 0.68)7. Os dois estudos de modelagens8,9 incluídos na revisão sistemática de Zhen et al, 20201 usaram a equação de Wells-Rilley como método de modelagem para análise da transmissão por vírus de influenza. O primeiro estudo mostrou que o tempo de exposição maior que 2 horas que a mediana de Ra (onde Ra alto indica maior risco de transmissão da doença) aumentou para 4,62 para 150 passageiros e 4,03 para 50 passageiros. Quando o número de passageiro por vagão aumentou de 150 para 300 a distribuição mediana de Ra mudou de 2,22 para 2,35 por 1 hora. A equação de risco mostrou que o uso de máscaras e melhorias na ventilação do vagão de trem podem reduzir o risco de transmissão de doença, no entanto trens lotados podem aumentar em 2-3 vezes a transmissão e antecipar o pico da curva epidêmica em 30 dias8. O segundo estudo de modelagem mostrou que nos métodos de ventilação comum, a localização da pessoa infectada em combinação com a localização das aberturas de ar/exaustão eram importante para a transmissao, pois, os passageiros localizados entre a pessoa infectada e a exaustão de ar tinham o risco maior de infecção, sendo entre 0,05% até 10,1% para passageiros sentados e acima de 27% para passageiros em pé9. Os estudos incluídos na revisão sistemática de Zhen et al, 20201 foram baseados no vírus Influenza e não no COVID-19 esses possuem características diferentes sendo o necessário um manejo distinto já que o COVID-19 é mais contagioso e potencialmente mais perigoso que o vírus da Influenza. A limitação da revisão sistemática de Zhen et al, 20201 consiste em ser uma evidnecia indireta, mostrando que estudos envolvendo Influenza podem não ser suficientemente precisos para a formulação de diretrizes para COVID-19. Devido as evidências limitadas, a revisão sistemática de Zhen et al, 20201 examinou também sete diretrizes nacionais e internacionais que adotam uma variedade de estratégias para minimizar a transmissão de COVID-19. Os documentos inseridos foram: Public Health Agency of Canada10, European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC) Technical Report11, Public Health England12, National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine13, World Health Organization14,15, National Institute for Communicable Diseases16. Em síntese os documentos recomendações para a redução do risco de transmissão em nível individual: minimizar o uso de transporte público; se a pessoa estiver doente, deve manter quarentena; ao usar o transporte público, evitar tocar em corrimãos, maçanetas, no rosto, adotar a etiqueta respiratória ao tossir e espirrar, cobrir a boca e o nariz com o cotovelo ou lenço de papel; higiene das mãos com lavagem ou uso de desinfectantes e uso de máscaras. Em relação a administração e controle sanitário do transporte público deve-se adotar engenharia de controle do ambiente, manter ventilação adequada, limpeza de superfícies, medidas para funcionários e adotar a comunicação de riscos e compartilhamento de informações ativamente para garantir que o público seja informado. O outro estudo selecionada para essa nota de evidencias foi a modelagem de Hu et al. 202017 , que observou uma correlação entre risco de infecção e local do assento, distâncias espaciais e tempo de duração das viagens nos trens. Em relação a distância espacial e tempo de permanência no trem a taxa de transmissão variou de 0 até 10,3% (8/78, 95% IC 5,3% - 19,0%). Os passageiros (caso primários) que se sentavam na mesma fileira a taxa de transmissão foi de 1,5% (142/9299, 95% IC 1,3% - 1,8%) aproximadamente 10 vezes maior que dos assentos que estavam 1 e 2 fileiras depois. Passageiros sentados ao lado dos casos primários tinham maior taxa de transmissão 3,5% (92/2605, 95% IC 2,9 – 4,3%). O estudo conclui que o risco de ser contaminado é maior nos assentos da mesma fileira onde o passageiro, caso primário, está sentado. O autor cita que a necessidade de se levantar dos assentos (janela ou meio), durante viagens longas, obrigam os demais passageiros a se levantarem, facilitando o contato face a face. Para prevenir a transmissão de COVID-19 durante um surto, a distância recomendada é de pelo menos 2 assentos na mesma fileira para viagens limitadas a 3 horas. Recomendação: Baseando-se nas escassas evidências disponíveis até o momento, as duas evidências apresentaram informações que indicam que os transportes públicos podem ser responsáveis pela transmissão de vírus. A ventilação de ar puro, circulação e filtração de ar nos transportes públicos podem reduzir o risco de transmissão de COVID-19. Os passageiros podem contribuir mantendo as mãos limpas e usando equipamentos de proteção como máscaras. Além disso, a aglomeração para a utilização dos transportes públicos deve ser controlada e evitada. A recomendação sinaliza para que o uso de transporte público deve as seguir as recomendações sanitárias para minimizar os riscos de transmissão.
dc.formatapplication/pdf
dc.languagepor
dc.publisherFiocruz Brasília
dc.relation03
dc.relation2020
dc.rightsopen access
dc.subjectCoronavírus
dc.subjectCOVID-19
dc.subjectTransportes públicos
dc.subjectInfecções por Coronavirus
dc.subjectCoronavirus
dc.subjectInfecções por Coronavirus
dc.subjectTransportes
dc.subjectMigração Pendular
dc.titleNota rápida de evidência: o papel dos transportes públicos na transmissão de COVID 19
dc.typeTechnical Manuals and Procedures


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