dc.contributorSchall, Virgínia Torres
dc.contributorSchall, Virgínia Torres
dc.contributorGonçalves, Betânia Diniz
dc.contributorBretãs, Maria Beatriz Almeida Sathler
dc.contributorAzeredo, Sandra Maria da Mata
dc.contributorLoyola Filho, Antônio Ignácio de
dc.creatorNogueira, Maria José
dc.date2017-09-12T19:28:14Z
dc.date2017-09-12T19:28:14Z
dc.date2008
dc.date.accessioned2023-09-26T22:40:38Z
dc.date.available2023-09-26T22:40:38Z
dc.identifierNOGUEIRA, Maria José. Sexualidade e Gênero na Adolescência: Uma Perspectiva Educacional. 2008. 253 f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde. Área de concentração Saúde Coletiva)-Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisa René Rachou. Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde. Belo Horizonte. 2008
dc.identifierhttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20990
dc.identifier.urihttps://repositorioslatinoamericanos.uchile.cl/handle/2250/8881811
dc.descriptionSegundo dados do IBGE (2001), 21% da população brasileira encontra-se na faixa dos 10 aos 19 anos, sendo 50,4% do sexo masculino e 49,6% do sexo feminino. Apesar do número elevado, estudos apontam que muitos desses jovens ainda não têm acesso a informações e serviços adequados no âmbito da saúde sexual e reprodutiva que garantam, aos mesmos, o exercício da sexualidade de maneira segura e responsável. No âmbito da educação, embora a Orientação Sexual na escola seja prática defendida e orientada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a literatura aponta a dificuldade que escolas e famílias ainda apresentam para abordar o tema da sexualidade com as crianças e jovens. No âmbito da saúde verifica-se na atenção primária a baixa procura dos adolescentes aos centros de saúde e baixa adesão dos mesmos aos programas e ações desenvolvidas nestes locais. Reconhece-se como grande desafio a elaboração de programas, ações, estratégias e materiais educativos capazes de atender às necessidades e especificidades deste público. Diante a essa realidade, buscando uma interface entre a educação e a promoção da saúde na atenção primária, foi elaborado um processo de intervenção com o objetivo de desenvolver de forma participativa, uma estratégia e materiais educativos que potencializem a criação de um espaço para a construção do conhecimento acerca de sexo e sexualidade para adolescentes. Objetivou-se também contribuir para criar ou reforçar os laços entre os adolescentes, profissionais de saúde, pais e educadores. O referencial teórico que orientou o estudo foi balizado no tripé: (1) abordagem sócio-histórica (Vygotsky, 1896-1934) que enfatiza o papel da comunidade na construção do conhecimento; (2) perspectiva de gênero ancorada no paradigma do construtivismo social, na qual sexo, gênero, sexualidade e identidade sexual são vistos como uma construção social e histórica; (3) paradigma das interações comunicacionais que postula um modelo de comunicação horizontal, participativa, dialógica e comunitária. A abordagem qualitativa, na perspectiva da pesquisa participante, balizou o estudo. Para construção da intervenção foi utilizado o referencial teórico-metodológico dos grupos operativos (Pichon-Riviére, 2002) e das oficinas (Afonso, 2003). A pesquisa foi realizada na Vila Cafezal, que faz parte do aglomerado da Serra, localizado na região centro-sul de Belo Horizonte/MG. O estudo foi dividido em três etapas: Diagnóstico, intervenção social por meio das oficinas em grupos operativos e criação compartilhada de materiais educativos. Na fase de diagnóstico, por meio do georeferenciamento dos. endereços das mães adolescentes, elaborou-se um estudo espacial referente aos nascidos vivos no Município de Belo Horizonte/MG. O objetivo foi conhecer a distribuição espacial do fenômeno da. gravidez adolescente no município e localizar possíveis “clusters” do fenômeno, correlacionando-os com variáveis sócio-demográficas. Paralelamente foi realizado um levantamento das ações e. estratégias dos Centros de Saúde para atendimento ao público adolescente, por meio de entrevistas semi-estruturadas. Para completar a fase de diagnóstico foi realizada a análise de materiais educativos impressos utilizados pela Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, no sentido de informar temas ligados à saúde sexual e reprodutiva que pudessem prevenir, de maneira direta ou indireta, a. gravidez precoce e as DST. Na fase de investigação participativa, com base no conhecimento da realidade local, possível pelo levantamento de dados secundários de vários órgãos (URBEL, IBGE, SINASC), foram realizados: (1). encontros com os profissionais de saúde (Enfermeira, Médica Ginecologista e ACS) e (2) entrevistas semi-estruturadas com os pais e mães adolescentes, no sentido de investigar as atitudes, crenças e. comportamentos, no que se referem à experiência da gravidez, papéis de gênero, dentre outros. A última fase constou da realização das oficinas em grupo operativo na Vila Cafezal. Esse processo foi direcionado ao público adolescente (10 a 14 anos) da área adstrita da Equipe da Saúde da Família –. ESF, composto por 16 participantes. Foram realizados 35 encontros no Posto de Saúde, às sextasfeiras,. das 14h00min às 17h00min, no período de abril de 2006 a março de 2007. Adotou-se a perspectiva de Afonso (2003), estabelecendo, em cada encontro, momentos específicos: aquecimento, reflexão do tema gerador, atividade lúdica, avaliação e planejamento. Os resultados da fase de diagnóstico apontam que as ações e estratégias de atendimento ao público adolescente nas UBS de Belo Horizonte ainda são incipientes, pontuais, voltadas para o aspecto. curativo em detrimento de uma abordagem educativa. A distribuição dos eventos da gravidez na adolescência sinaliza a presença de conglomerados com altas proporções de mães adolescentes em. associação com piores condições socioeconômicas. Há diminuição da proporção de mães adolescentes em setores de melhores condições, nos quais o maior número de nascimentos ocorre nas faixas de 20 a 29 anos e acima de 30 anos. No que se refere aos materiais analisados, destaca-se que os mesmos são produzidos de forma vertical, tratando o público alvo como categorias estanques e homogêneas, prevalecendo a temática das DST/AIDS. Alguns dos materiais que focalizam a AIDS. demonstram boa qualidade, apresentando uma linguagem objetiva, clara e ilustrações pertinentes. Contudo, na maioria, prevalece a abordagem da dimensão do corpo biomédico, em detrimento de uma abordagem mais ampla da sexualidade. O trabalho em oficinas resultou na elaboração de um jogo educativo e quatro vídeos de animação. O jogo é constituído de baralho de perguntas com 80 cartas que incluem temas como sexo, sexualidade,. DST/AIDS, gravidez e métodos contraceptivos, baseadas nas questões dos próprios adolescentes participantes do projeto; baralho de reflexão que traz as temáticas cotidianas para debate ao longo do. jogo: ciúmes, traição, drogas, etc.; baralho de cartas locais que destacam pontos da Vila Cafezal citados pelos adolescentes, numa perspectiva de resignificação do local de moradia, através de textos. e imagens criados por eles mesmos. Em grupos de dois ou três foram criados 11 roteiros de vídeos com temas diversos: uso de preservativo, uso de drogas, namoro, primeira relação sexual, etc. Criaram, em massinha de modelar, os personagens e cenários; e para finalizar participaram da edição dos vídeos. O processo e os materiais produzidos podem ser utilizados por profissionais de educação e saúde como alternativas para criar um ambiente saudável e interativo para refletir com os adolescentes os. temas referentes a sexo e sexualidade. Ambos encontram-se afinados com a perspectiva requerida pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e pelas demandas do Serviço Único de Saúde (SUS). Os primeiros resultados são positivos, uma vez que durante as atividades, bem como ao após o término, os adolescentes estreitaram os vínculos com o Centro de Saúde, sendo relatados por parte da. equipe que os mesmos estão mais presentes, procurando o mesmo para tarefas escolares e serviços de prevenção. É necessário destacar que além de políticas públicas específicas para o adolescente no. âmbito da sexualidade, faz-se necessário uma discussão mais ampla em outras esferas (família, escola, trabalho, educação etc.). Para temas como a sexualidade, que requerem não só domínio do conhecimento biológico, mas, reflexão sobre a vida e o ambiente em que se vive, a construção de novos conhecimentos demanda processos singulares e criativos, pautados em premissas mais dialógicas, reflexivas e horizontais.
dc.descriptionFundação de Ampara à Pesquisa
dc.formatapplication/pdf
dc.languagepor
dc.rightsopen access
dc.subjectsaude sexual reprodutiva
dc.subjecteducação em saude
dc.subjectadolescencia
dc.subjectmaterial educativo
dc.titleSexualidade e Gênero na Adolescência: Uma Perspectiva Educacional
dc.typeThesis


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