dc.identifier | HENNINGTON, Élida Azevedo; REZENDE, Flávio Astolpho Vieira Souto. Série histórica de acidentes de trabalho graves no estado do Rio de Janeiro, 2007-2016. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 8., 2019, João Pessoa. Anais... João Pessoa: ABRASCO, 2019. 2 p. | |
dc.description | O Brasil é a quarta nação que mais registra acidentes de trabalho (AT) no mundo, apesar da notória subnotificação. Desde 2004 os AT foram incluídos no SINAN como agravos de notificação compulsória, aumentando a capacidade de registro por abarcar a totalidade da população. Dentre os agravos, os acidentes de trabalho graves devem ser priorizados pelos serviços de vigilância em saúde do trabalhador. O objetivo deste estudo foi descrever a ocorrência de acidentes de trabalho graves (ATG) notificados através do SINAN, no estado do Rio de Janeiro, no período de 2006 a 2017. Estudo epidemiológico descritivo de série temporal de acidentes de trabalho graves, utilizando dados do SINAN. Fazem parte desse grupo os acidentes de trabalho fatais, os AT com mutilações e os AT em crianças e adolescentes. Diferentemente da Previdência Social, o SINAN inclui trabalhadores do mercado formal e informal, segurados ou não. As variáveis de estudo foram sexo, idade, cor, escolaridade, ocupação, área econômica de atuação e situação do trabalhador no mercado de trabalho, tipo e local do acidente, partes do corpo atingidas, dentre outras. Foi calculada incidência com base na PEA para trabalhadores na faixa etária de 16 a 65 anos e analisada a evolução das notificações ao longo do tempo. Os ATG apresentaram aumento no período analisado, com elevação na incidência de quase 4 vezes do ano de 2007 (6,1/100mil) em relação a 2016 (23,9/100 mil), com pico em 2013 (45,6/100 mil). Observou-se maior número de acidentes no sexo masculino (75,5%), na faixa etária de 20 a 39 anos (53,4%). Em relação à ocupação, predominaram as do grupo “outros trabalhadores da conservação, manutenção e reparação” (44,2%), “trabalhadores da indústria extrativa e da construção civil” (12,6%), seguido por “trabalhadores dos serviços” (11,9%). As partes do corpo mais atingidas foram membro inferior (24,2%) e mão (20,7%). Houve registro de 7 casos na faixa etária de menores de 12 anos e 469 de 12 a 18 anos. Ocorreu aumento da notificação ao longo do tempo, mas ainda é muito baixa. Os dados não preenchidos e ignorados foram expressivos, comprometendo a análise de variáveis como escolaridade, raça/cor, situação de trabalho, local do acidente, tipo de acidente e emissão de CAT. É necessário investir no incremento da notificação de AT e na melhoria da qualidade dos dados pari passu à análise sistemática dos dados existentes que contribua para intervenções efetivas. | |