dc.description | Este estudo procura contribuir para a consolidação do objeto violência relacionada ao trabalho
no Campo da Saúde do Trabalhador, assim como para a discussão de princípios para a sua
abordagem. Além disso, aborda o problema como ele se apresenta para os profissionais das
Unidades Básicas de Saúde.
Realizou-se um levantamento nas principais bases de dados bibliográficos indexados,
utilizando as palavras chave “violência” e “agressão” relacionados a “trabalho”, e “ambiente
de trabalho”, além de seus respectivos em inglês. Para a caracterização dos episódios de
violência na UBS, realizou-se um estudo de vitimização incluindo todos os profissionais
destas unidades no Distrito Sanitário Norte de Belo Horizonte, Minas Gerais.
A forma de agressão mais freqüente, presente em 73,7% dos casos, foi agressão verbal, ofensa
ou insulto, seguida pelas agressões físicas (23,4%), o assédio ou comportamento sexual
indesejado (18,8%) dos casos, as agressões físicas e as ameaças com arma de fogo ou branca
(cada uma relatada em 4,3% dos casos). O uso de armas de fogo ou branca foram relatados
por 1,6% dos trabalhadores. Auxiliares e Técnicos de Enfermagem e Enfermeiras apresentam
média de relatos significativamente superior ao restante dos profissionais (p<0,01 e p<0,05,
respectivamente). Agentes Comunitários de Saúde relatam maior freqüência média de
episódios em atendimento domiciliar (p<0,01), se comparados com os demais trabalhadores.
Os resultados do estudo sugerem a relação das agressões com fatores ligados ao trabalho nas
instalações da unidade. Conclui-se a necessidade de avaliação mais aprofundada da
organização do trabalho na UBS. Finalmente, apresentam-se alguns elementos considerados
importantes para a abordagem da violência no trabalho e sugestões para pesquisas futuras. | |