dc.description | Todo organismo presente na Terra está sujeito a alterações de luz e temperatura, devido aos movimentos de rotação do planeta, e exibe comportamentos diurnos ou noturnos em resposta a estas variações cíclicas. Dessa forma, os “ritmos circadianos” são regulados por um relógio endógeno que influencia processos como atividade locomotora e oviposição nos insetos, cujos principais genes já foram descritos em Drosophila melanogaster. Neste organismo, os diferentes ritmos circadianos são regulados em nível molecular pela interação dos chamados genes de relógio,como período (per), timeless (tim), cycle (cyc)e Clock (Clk). Já foi observado nesse modelo que os genes de relógio são expressos desde a embriogênese até a fase adulta, envolvidos em mecanismos como desenvolvimento e comportamento. Em Aedes aegypti, ainda não se tem conhecimento acerca da expressão dos genes de relógio durante eventos como a embriogênese. Portanto,o objetivo deste estudo foi analisar o padrão de expressão de período, um dos genes centrais do relógio em Ae. aegypti, nos diferentes momentos de 5, 12 e 24h do desenvolvimento embrionário. Os ovos de Ae. aegyptida linhagem Rockefeller foram mantidos em condições padrão de laboratório, com ciclos de LD 12:12h (12h de claro e 12h de escuro, light/dark) a 25ºC, com ração para larvas e alimentação ad libitum de sacarose 10% para adultos. Fêmeas com cerca de cinco dias de vida e inseminadas foram alimentadas com cobaio anestesiado e três dias depois submetidas à postura sincronizada a 28ºC no escuro por 1 hora, para obtenção dos ovos de mesma idade. A propósisto, foi realizado o protocolo de remoção dos envoltórios e fixação dos embriões de Ae. aegyptinos tempos de 5, 12 e 24 HA Os de desenvolvimento, para posteriores ensaios de hibridização in situ. Através dos resultados obtidos, pode-se observar uma boa remoção dos envoltórios dos ovos de 5 e 24 HAOs pelo protocolo, devido a ajustes como a otimização do tempo de exposição ao hipoclorito de sódio (NaClO). Porém, em embriões de 12 HAOs,mesmo com diferentes tentativas dos protocolos de remoção dos envoltórios, variadas concentrações e tempos de exposição ao NaClO, não foi possível a retirada dos envoltórios de forma satisfatória, e consequentemente não se obteve sucesso na hibridização in situpara período. Já para a hibridização in situdas demais idades, não observamos marcação para período, o que corrobora os resultados preliminares de RT-qPCR do nosso grupo. Desta forma, foi possível estabelecer um protocolo de remoção dos envoltórios dos embriões de Aedes aegypti, porém futuros estudos são necessários para aperfeiçoar esta técnica, a fim de elucidar o perfil de expressão de período, por hibridização in situ, ao longo da embriogênese, bem como dos demais genes de relógio em Ae. aegypti. | |