dc.description.abstract | O objetivo deste trabalho é avaliar, por meio da satisfação do usuário, a qualidade do
atendimento à saúde do idoso desenvolvido numa Unidade Básica de Saúde no
Município de Belém. A abordagem utilizada foi quanti-qualitativa. Dos 175 usuários
investigados, 85,1% são mulheres e 14,9% homens; 46,3% têm idade de 60 a 69
anos, 80,6% têm o 1º grau incompleto, 82,28% são aposentados e pensionistas,
65,7% têm renda de um salário mínimo; 89,7% têm autonomia de ação e 53,1%
participam de outras atividades do programa além da assistência médica. A patologia
mais freqüente é a hipertensão arterial seguida de diabete mellitus. A satisfação do
usuário foi investigada por meio de nove entrevistados, considerando-se
acessibilidade, continuidade e disponibilidade de serviços e profissionais,
relacionamento usuário-profissional, resultado do cuidado na saúde, e
recomendação do serviço como atributos relativos à qualidade do atendimento. Os
usuários revelaram haver facilidade na marcação e efetuação de consultas, sem
formação de filas e sem longa espera. Nenhum mostrou-se insatisfeito com o
acesso. Em suas perspectivas, a assistência geriátrica, gratuita e ininterrupta, é
fundamental e determinante no ingresso e permanência no programa. A empatia com
a equipe, e a disponibilidade de serviços de patologia clínica, controle da pressão
arterial, imunização e atividade física concorrem para a avaliação positiva. Os idosos
correlacionam a melhora do estado de saúde com o cuidado recebido. A impaciência
do profissional de saúde é fator negativo no relacionamento e demonstra a
necessidade de formação de recursos humanos especializados. Carência de
medicamentos e de opções de atividades nos âmbitos social e de lazer, assim como
a falta de hospital de referência para internações são fatores de insatisfação e
comprometem a qualidade do atendimento, segundo os usuários. A maioria deles
chegou por indicação de terceiros, alguns trouxeram amigos e parentes, o que
mostra que o programa é aprovado pela comunidade e pelos usuários. Os idosos
não dissociam o programa das questões da comunidade. A discriminação, o
empobrecimento, a desvalorização e o desrespeito pelo idoso por parte da sociedade
são as principais queixas dos entrevistados. | |