Avaliação da reconciliação medicamentosa realizada por farmacêuticos clínicos em um hospital terciário no Distrito Federal

Abstract

INTRODUÇÃO. A reconciliação medicamentosa é uma atividade que consiste na anamnese do paciente com o objetivo de relacionar os medicamentos e patologias anteriores com a situação do paciente no nível de cuidado atual. Tal atividade tem se mostrado eficaz no aumento da segurança terapêutica durante a transição entre níveis de cuidado. No hospital em que o estudo foi realizado a reconciliação medicamentosa tem sido desenvolvida por farmacêuticos clínicos, nas unidades que contam com estes profissionais. OBJETIVO. Quantificar as anamneses e reconciliações medicamentosas realizadas com pacientes internados no IHB e analisar as intervenções relacionadas a reconciliações no período de janeiro a setembro de 2018. METODOLOGIA. Trata-se de um estudo observacional, descritivo e retrospectivo o qual utilizou dados de reconciliações e intervenções farmacêuticas. Foi analisado o número de anamneses, classificando-as quanto a realização antes e após 48h da admissão. Além de quantificar as intervenções relacionadas à reconciliação descrevendo um perfil comparativo quanto a adesão e não adesão pela equipe assistencial. RESULTADOS. No período de janeiro a setembro de 2018 foram realizadas 727 anamneses farmacêuticas de pacientes internados em sete diferentes unidades, incluindo pronto socorro, internação e unidades de terapia intensiva. Houve uma progressão de 39 anamneses no mês de janeiro para 250 realizadas em setembro de 2018, após ampliação do número de profissionais farmacêuticos e inserção da prática como rotina do acompanhamento. Aproximadamente 75% (n=545) do total de anamneses foram realizadas nas primeiras 48h da admissão e 25% (n=182) após estas 48h. Quanto antes for realizada esta reconciliação medicamentosa, menor o risco de eventos adversos atingirem diretamente o paciente, garantindo maior segurança e efetividade no tratamento. Em decorrência da anamnese farmacêutica foram realizadas um total de 191 intervenções de reconciliação medicamentosa, sendo que aproximadamente 83,8% (n=160) foram aderidas pelo profissional médico, 3,7% (n=7) não foram aderidas com justificativa e 12,5% (n=24) não foram aderidas. CONCLUSÃO. Através dos resultados descritos é possível observar que, apesar de ser uma prática recente no que se refere à atuação do farmacêutico clínico no hospital, as intervenções farmacêuticas relacionadas à reconciliação medicamentosa foram crescentes ao longo do período de estudo e com elevada adesão pelos médicos da instituição. Estudos demonstram que a identificação e solução de discrepâncias relacionadas a medicamentos aumentam a segurança terapêutica do paciente e reduz a incidência de eventos adversos, o desenvolvimento de resistência bacteriana, o tempo de internação, a probabilidade de readmissão e a taxa de morbidade.