dc.description.abstract | Introdução: O comprometimento cognitivo relacionado à infecção pelo HIV é descrito desde 1987. Inicialmente denominado complexo demência \2013 AIDS, o quadro apresentava caráter progressivo sendo altamente limitante. Depois do advento da HAART em 1996, a prevalência desta forma clínica sofreu queda em seus índices, porém outros graus de comprometimento cognitivo foram reconhecidos e, em 1997 a AAN estabeleceu uma nova terminologia para classificar um espectro clinico mais abrangente, incluindo as formas mais brandas. Apesar da HAART ter reduzido a morbidade e a mortalidade da infecção pelo HIV de maneira relevante, prevalências tão altas quanto 50% ainda tem sido descritas para as HAND. Não há, na literatura, dados referentes aos déficits cognitivos relacionados ao HIV para pacientes brasileiros. Para esclarecer este ponto, a partir de uma coorte nacional, avaliamos a prevalência dos distúrbios neurocognitivos relacionados ao HIV em todas as suas manifestações, ponderando sobre alguns fatores (idade, gênero, nível educacional, CD4+ nadir e carga viral) possivelmente associados à sua ocorrência. Objetivos: Avaliar a prevalência dos distúrbios neurocognitivos em pacientes portadores da infecção HIV / AIDS , considerando todas as suas formas clínicas e os fatores a elas relacionados, além de avaliar a escala de demência internacional como possível ferramenta de rastreio para diagnóstico precoce das alterações neurocognitivas relacionadas ao HIV Material e métodos: Para um estudo propectivo, foram selecionados aleatoriamente 187 pacientes portadores do vírus HIV / AIDS (53,48% homens / 38,50% VT ), provenientes dos ambulatórios da F ioc ruz e do Hospital M unicipal Dese mbargador Leal Junior , se guindo critérios de exclusão pré-determinados. Parte dos pacientes (89/187) foi submetida à escala de demência internacional (EDI HIV ) por um neurologista e um fisioterapeuta, em momentos distintos, num intervalo máximo de 14 dias. A seguir, foram avaliado s cinco domínios cognitivos através da aplicação de uma bateria de testes neuropsicológicos pelo neurologista. Comparamos os resultados da EDI HIV com os obtidos através dos TNP , e posteriormente, realizamos uma avaliação interprofissional através da compar ação dos resultados obtidos pela aplicação da EDI HIV pelo neurologista e pelo fisioterapeuta. Todos os dados foram analisados através do SPSS 17. Resultados: O déficit cognitivo foi verificado em 5 2, 4 0 % dos pacientes avaliados. Seguindo os critérios da AAN, 71,5% apresentavam co mprometimento cognitivo leve e 28,5 % já apresentavam quadro demencial. Dentre os fatores de associaç ão avaliados, a escolaridade (p - valo r = 0,047 )) e o gênero (p valor= 0,030 ), foram os considerados estatisticamente relevantes. A EDI HIV teve grau de con cordância interprofissional de 0,684 e , quando comparada aos TNP , mostrou especificidade de 77% e sensibilidade de 57% Conclusões: A prevalência das alterações cognit i vas relacionadas ao HIV / AIDS na população estudada é compatível com os dados disponíveis na literatura referentes a estudos internacionais. A EDI HIV é de fácil manuseio, demora apenas de 2-3 min,tem a vantagem de poder ser aplicada por não especialistas, em ambiente ambulatorial, nã o requer material específico e é capaz de detectar dano sub cortical como ocorre na demência pelo HIV . No entanto, não pode ser considerada como método substituto à bateria de TNP no diagnóstico de demência pelo HIV , apresentando limitações para avaliação de casos mais sutis e/ou incipientes de comprometimento cognitivo | |