dc.identifier | RODRIGUES, Raquel Nunes Mazziotti. Desenhos animados de ciência e a (des)construção do estereótipo de cientista: em direção a uma nova narrativa. 2019. 89 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Divulgação e Popularização da Ciência) – Museu da Vida, Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz; Casa da Ciência, Universidade Federal do Rio de Janeiro; Fundação CECIERJ; Museu de Astronomia e Ciências Afins; Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019. | |
dc.description.abstract | O estereótipo de cientista difundido em diversos meios de comunicação, incluindo desenhos animados, é o de um homem branco, velho, que usa óculos, cabelos desgrenhados aparentando ser louco, mas que ao mesmo tempo é um gênio, vive enclausurado em um laboratório e é antissocial uma imagem pouco atraente, que pode afastar as crianças das carreiras científicas. Desde que a televisão foi introduzida no Brasil, gerou forte transformação nas relações sociais. Nas últimas décadas, a fusão de novas tecnologias à televisão tem possibilitado um aumento de ofertas de programação, inclusive canais exclusivos de desenhos animados. Com a multiplicidade de ofertas, vale questionar se o conteúdo dos desenhos também está mudando ou permanece o mesmo. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é analisar desenhos atuais no canal de TV por assinatura Discovery Kids e na plataforma Netflix, a fim de perceber a forma como a ciência e o cientista são retratados. A metodologia utilizada se insere nos campos bibliográfico e documental. A coleta de dados foi realizada pela observação de um corpus amostral composto por 20 episódios de 10 séries de desenhos animados, com a utilização de um protocolo de análise de conteúdo com abordagem qualitativa. A análise indica que, dentre as séries estudadas, apenas duas apresentaram cientistas estereotipados, enquanto quatro séries apresentaram homens e mulheres em sua maioria crianças e adolescentes de várias etnias, com roupas e características que remetiam ao universo jovem e cinco eram compostas por animais, robôs e alienígenas que falavam de ciência. Além disso, o gênero dos protagonistas esteve quase equilibrado, pois 11 mulheres e 13 homens foram retratados como personagens principais. Quanto ao gênero dos cientistas, foi observada a presença tanto de homens quanto de mulheres, embora este último em número reduzido. Apareceram ainda cientistas de outras raças, sobretudo o negro, ainda que em número reduzido. Assim, a pesquisa apontou que os desenhos mais atuais caminham para a desconstrução do estereótipo do cientista a partir de uma nova narrativa dos personagens que associam a ciência a uma prática cotidiana. | |