dc.description.abstract | A Erliquiose Monocítica Canina (EMC) e a Leishmaniose Visceral Canina (LVC) são duas
doenças, transmitidas por vetores, com ampla distribuição mundial. Os agentes causadores
dessas doenças são Ehrlichia canis e Leishmania infantum, respectivamente. Enquanto a
EMC é transmitida por carrapatos, principalmente Rhipicephalus sanguineus, a Leishmania
é inoculada no hospedeiro através do inseto-vetor da subfamilia Phlebotominae. A maioria
dos sinais físicos são comuns às duas enfermidades, o que dificulta o diagnóstico clínico e
o tratamento, especialmente em áreas endêmicas. Poucos são os estudos relacionados à
coinfecção da erliquiose e leishmaniose caninas no Brasil. No Piauí, particularmente em
Teresina, ainda não se tem dados concretos sobre a prevalência dessas afecções.Os sinais
físicos variam com a severidade da infecção, a resposta imune do hospedeiro e a presença
de coinfecção. Assim, buscamos avaliar cães, independente dos sinais físicos, atendidos no
hospital universitário e clínicas particulares da cidade de Teresina, Piauí quanto a
frequência de erliquiose e leishmaniose caninas no período de março de 2012 a setembro de
2014, independente de sexo, raça, idade e suspeita clínica, excetuando os cães que vinham
apenas para vacinação. Foi realizado exame clínico e colhidas amostras sanguíneas para
exame hematimétrico, bioquímico, parasitológico e molecular. Dos 664 cães avaliados para
E. canis, 22,9% tiveram o DNA amplificado somente para esta bactéria. No caso de
Leishmania infantum, houve amplificação de DNA em 29,1% dos 664 cães, sendo que,
destes, 80 (12,1%) estavam coinfectados com E.canis. Anemia e trombocitopenia foram as
principais alterações hematológicas observadas em cães infectados tanto com E. canis,
como com L. infantum e coinfectados. As principais alterações bioquímicas nos cães com
infecção apenas por L. infantum, assim como nos coinfectados, foram hipoglobulinemia e
hiperproteinemia. Já nos monoinfectados por E. canis a hipoalbuminemia e a uremia foram
as principais alterações. Perda de peso, úlceras, apatia, conjuntivite, palidez nas mucosas,
alópecia e linfoadenomegalia são mais frequentes em cães monoinfectados com L. infantum
do que nos infectados apenas com E. canis. Além disso, os cães coinfectados apresentam
uma doença mais severa do que os monoinfectados. Concluímos que a presença da
coinfecção por esses agentes infecciosos é endêmica na cidade de Teresina-Piauí e que
existe um sinergismo entra as duas doenças.Portanto, destacamos aqui a relevância dos
estudos voltados a epidemiologia e melhoria dos testes diagnósticos para uma prevenção
e/ou controle mais eficazes dessas doenças.
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