dc.identifier | ALMEIDA, Cristine Couto de. Avaliação de fórmulas infantis para lactentes e de seguimento para lactentes: qualidade nutricional de proteínas e minerais, conformidade de seus rótulos e a presença de metais potencialmente tóxicos. 2021. 210 f. Tese (Doutorado em Vigilância Sanitária)-Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2021 | |
dc.description.abstract | As fórmulas infantis são recomendadas como um substituto ou complemento do aleitamento materno quando este não é possível ou recomendado. Esses produtos, em sua maioria, são produzidos a partir do leite de vaca modificado para atender às necessidades nutricionais de cada faixa etária. Levando em consideração que a nutrição infantil adequada é fundamental para o crescimento, desenvolvimento e saúde, é fundamental que a qualidade das fórmulas infantis seja avaliada constantemente. Além dos nutrientes, as fórmulas infantis podem conter substâncias nocivas, como metais tóxicos, geralmente presentes, devido à possível contaminação da matéria-prima ou no decorrer do processo tecnológico de fabricação. Ante o exposto, este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade nutricional de proteínas e minerais presentes em 30 amostras de fórmulas infantis para lactentes e de seguimento para lactentes comercializadas no Brasil. Adicionalmente foram identificadas e quantificadas proteínas bioativas (α-La e Lf), bem como a conformidade dos rótulos frente à legislação brasileira. Em paralelo, foi investigada a presença de metais tóxicos (Hg, As, Cd, Pb, Al, Sn e U). De forma geral, neste estudo, métodos quantitativos e qualitativos foram utilizados para determinar a qualidade nutricional das fórmulas infantis. O conteúdo total de proteínas foi estimado a fim de avaliar se o mesmo estava de acordo com os limites estabelecidos pela legislação vigente. O perfil proteico foi determinado por eletroforese (SDS-PAGE) para identificação das proteínas lácteas majoritárias e bioativas. As proteínas identificadas foram quantificadas por cromatografia líquida de alta eficiência com detector de arranjo de diodos (CLAE-DAD). O valor biológico das proteínas foi expresso através da digestibilidade in vitro, pela composição de aminoácidos essenciais e pelo escore químico de aminoácido corrigido pela digestibilidade proteica (PDCAAS). O conteúdo de minerais essenciais e metais tóxicos foi avaliado por espectrometria de massas com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS). Dentre as fórmulas infantis avaliadas, a maioria se encontrava de acordo com a legislação quanto ao conteúdo de proteínas, bem como para o conteúdo de minerais essenciais, atendendo às recomendações diárias. Ao comparar com o leite de vaca integral em pó observou-se que o conteúdo proteico foi o dobro do encontrado nas fórmulas infantis. A eletroforese identificou as principais proteínas lácteas (β-Lg, α-CN, β-CN, κ-CN, Lf e α-La), sendo que a β-Lg e as caseínas foram as frações com maiores concentrações quando analisadas por CLAE-DAD. Ao avaliar o valor biológico, todas tiveram boa digestibilidade, foram identificados todos os aminoácidos essenciais, porém ao comparar com os valores de referência, a maioria dos aminoácidos foi limitante, uma vez que tiveram PDCAAS abaixo de 1,0. A maior preocupação em relação às informações veiculadas nos rótulos foi a falta da descrição correta sobre o tipo de leite utilizado na sua elaboração. Quanto aos metais tóxicos, apesar das formulações se mostrarem seguras em termo de Hg, As, Cd, Pb e U, a maioria delas apresentou conteúdo elevado de Al e Sn, indicando um possível risco de toxicidade ao lactente. Os resultados do presente estudo destacam a necessidade de ampliar a fiscalização das fórmulas infantis no que diz respeito à qualidade nutricional, informações de rotulagem e contaminação por metais tóxicos | |