| dc.description.abstract | Esta pesquisa tem como objetivo analisar o processo de trabalho do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) do município de Maricá/RJ, na pandemia de SARS-CoV-2. Busca-se identificar e compreender como os diferentes modos de operar do apoio matricial foram organizados no contexto da pandemia, a partir das inúmeras mudanças engendradas nas práticas de trabalho dos profissionais de saúde. Trata-se de uma Pesquisa Qualitativa, com uso de técnicas de levantamento de informações primárias – 32 websurveys respondidos pelos especialistas e 03 entrevistas semiestruturadas feitas com gestores e ex-gestores da equipe – associadas às fontes de dados de base secundárias e revisão de 18 documentos públicos. A Hermenêutica Dialética (MINAYO, 2006) é o método de análise utilizado, cujas lentes teóricas são o conceito do apoio matricial formulado por Gastão Campos (2015), e o referencial histórico normativo do NASF. Os resultados mostram que durante a pandemia, o NASF de Maricá não interrompeu a maior parte de suas atividades, mas precisou adaptar suas práticas, com destaque para: aumento do uso de ferramentas tecnológicas de comunicação instantânea, especialmente com as equipes apoiadas e em menor escala com usuários; criação de espaços de acolhimento e escuta aos profissionais das equipes mínimas para discutir aspectos relacionados à saúde do trabalhador; produção de material informativo sobre a Covid-19, voltado para equipes apoiadas e usuários; apoio na campanha de vacinação. Além disso, os resultados mostram o cenário de expansão do NASF de Maricá nos 2 últimos anos, seguindo na contramão do contexto nacional. Nos 14 anos de existência do NASF é possível observar mudanças de orientação do Ministério da Saúde em relação ao conceito do apoio matricial, onde inicialmente privilegiava-se intervenções ancoradas na dimensão técnico-pedagógica, e com o tempo, as ações clínico assistenciais passaram a ser incentivadas. A pesquisa demonstra ainda os efeitos do Programa Previne Brasil sobre o NASF, que se materializou na redução de 379 equipes nos anos de 2020 e 2021. Soma-se a este cenário os agravos decorrentes da Covid-19, que pode reposicionar as intervenções e a importância do NASF no Sistema Único de Saúde. | |
