dc.description.abstract | Este trabalho versa sobre o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - área
temática Saúde da Família (PET-Saúde/SF), instituído pela Secretaria de Gestão do
Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde, como uma das estratégias de
mudanças na graduação, tendo em perspectiva as necessidades sociais em saúde e as
Diretrizes Curriculares Nacionais. Buscou investigar, a partir da percepção de docentes,
estudantes e profissionais dos serviços de saúde que dele fizeram parte, em que medida
o programa promoveu a integração ensino-serviço-comunidade. A opção metodológica
foi por um estudo exploratório-descritivo com abordagem quali-quantitativa, utilizandose técnicas de levantamento em fontes secundárias. Realizou-se pesquisa documental e
bibliográfica e foram analisados relatórios de atividades elaborados por coordenadores
dos projetos desenvolvidos e questionários eletrônicos preenchidos pelos integrantes
dos grupos tutoriais. Os resultados demonstram a contribuição do programa como
indutor na articulação entre as instituições de educação superior, os serviços públicos de
saúde e a população. Destacaram-se avanços no trabalho multiprofissional e
interdisciplinar, intensificação das ações de intervenção e pesquisa realizadas em
unidades básicas de saúde e direcionadas à comunidade, utilização de metodologias
ativas de ensino-aprendizagem, diversificação dos cenários de práticas, ampliação da
intersetorialidade, reorganização dos processos de trabalho, promoção da educação
permanente, valorização dos profissionais da saúde e das necessidades dos serviços
subsidiando as práticas acadêmicas, fortalecimento e dinamização dos mecanismos de
financiamento das ações de educação na saúde, e estímulo à produção e disseminação
de conhecimentos na área da atenção básica. Fragilidades identificadas no
desenvolvimento dos projetos abrangeram aspectos político-estruturais, gerenciais,
operacionais e acadêmicos, a exemplo de serviços de saúde não adaptados para
realização de ações educativas, baixa institucionalização dos processos avaliativos,
precarização de vínculos de trabalho, limitações na liberação dos profissionais da rede
para as atividades de ensino, despreparo para o exercício da preceptoria, resistência de
profissionais não participantes dos grupos tutoriais, fragmentação intra e
interinstitucional das áreas/profissões, pouca flexibilidade das matrizes curriculares, e
falta de integração com outras ações de educação pelo trabalho em saúde. | |