dc.description.abstract | Em 2015, 10,4 milhões de pessoas no mundo tiveram tuberculose(TB) com 1,4 milhões de óbitos, e o Brasil, 18º no ranking mundial de carga da doença, teve uma taxa de incidência foi de 41 casos da doença por 100 mil habitantes. Associada a gestação, a mortalidade materna, bem como a mortalidade neonatal são as principais complicações da TB durante a gravidez (SUGARMAN, COLVIN e OXLADE, 2014) (BATES et al, 2015). Outras complicações são aborto espontâneo, tamanho fetal inadequado para o período gravídico e baixo peso ao nascimento (LOTO e ALOWOWOLE, 2012), podendo, ainda, acontecer eclampsia e trabalho de parto difícil, conforme diz o Ministério da Saúde (2012). Objetivo: Descrever a tuberculose segundo estado gravídico e o desfecho da gestação em mulheres de 10
a 49 anos notificadas no município de Manaus de 2009 a 2013. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo do tipo transversal, com abordagem quantitativa e coleta
retrospectiva de dados dos casos notificados de Tuberculose de todas as formas, em mulheres de 10 a 49 anos, no período de 2009 a 2013, no SINAN, com busca e coleta concomitante no sistema de informação de nascidos vivos (SINASC) e no sistema de informação de mortalidade (SIM). Foram usadas técnicas de estatística descritiva (frequência absoluta e relativa). O programa Microsoft Excel 2016 foi usado para a elaboração de gráficos e tabelas e o programa Epi Info 7.0 foi usado
para verificar associação estatisticamente significante entre gestantes e não gestantes, com cálculo do OR, IC de 95% e valor de p<0,05. Resultados: Das mulheres notificadas com TB no SINAN, 50 (1,76) eram gestantes. Dentre as demais
a subnotificação de gestação foi de 3,4%. Gestantes: 23 (46%) chegaram ao final da gestação com um recém-nascido vivo, 06 (12%) evoluíram a óbito, houve 01 (2%) natimorto. A maioria estava no 2º trimestre gestacional, a saber 23 (46%). Quanto as características clínico-epidemiológicas: 40 (80%) eram casos novos, 44 (88%) casos eram a forma pulmonar da TB e 10 (20%) tinham HIV. De todos os casos, 31 (62%) ficaram curadas, 11 (22%) abandonaram o tratamento e 06 (12%)
morreram. Não gestantes: 2358 (84,3%) mulheres eram casos novos, 2195 (78,5%) tinham a forma pulmonar da doença e 371 (13,44%) tinham HIV. De todos os casos notificados, 2304 (82,4%) mulheres encerraram curadas, 284 (10,1%) abandonaram o tratamento e 148 (5,3%) morreram. Considerando os dados, a gestante com tuberculose tem 2,4 vezes maior probabilidade de evoluir a óbito que uma mulher em idade fértil não gestante com tuberculose (OR=2,4;IC95%:1,01;5,76), e maior probabilidade de evoluir para uma situação de encerramento diferente da cura (OR=0,24;IC95%:0,13;0,42). Conclusão: As gestantes com tuberculose abandonaram mais o tratamento e tem menor porcentagem de cura comparadas as não gestantes. Houve uma expressiva porcentagem de subnotificação e a coinfecção tuberculose/aids é um importante fator associado a mortalidade da gestante. Isto requer um aprimoramento no rastreamento da gestação nas mulheres infectadas por tuberculose, bem como no rastreamento de doenças infeciosas na gestante, e melhoria nas ações de acompanhamento do tratamento. | |