dc.description.abstract | Introdução: Os eventos adversos a vacina BCG (EA-BCG) sao raros e sua incidencia e influenciada por fatores relacionados ao individuo, ao imunobiologico e a tecnica utilizada. Nao ha consenso na literatura sobre o melhor tratamento dos EA-BCG. O objetivo deste trabalho e avaliar os EA-BCG do municipio de São Paulo descrevendo aspectos clinicos, fatores relacionados a sua ocorrencia e a evolucao com o tratamento proposto pelo Ministerio da Saúde. Casuistica e Metodos: Foi analisada coorte de pacientes atendidos no CRIE-Unifesp de janeiro/2009 a dezembro/2011, sendo realizada busca ativa dos casos notificados no municipio de São Paulo. A coleta de dados foi feita com ficha estruturada e o acompanhamento feito mensalmente ate 3 meses apos a resolucao do evento. O tratamento foi realizado de acordo com o Manual de Eventos Adversos Pos-Vacinais. Os dados foram obtidos retrospectivamente de Janeiro/2009 a Outubro/2010 e prospectivamente apos essa data. Resultados: O municipio de São Paulo teve entre 2009-2011 taxa de 0,48 notificacoes/1000 doses aplicadas. Dos 163 pacientes atendidos no CRIE-Unifesp, 31 apresentavam evolucao normal, 130 eventos locorregionais e 2 outros diagnosticos. Nao houve casos de disseminacao do bacilo. Nao houve maes soropositivas para HIV no estudo. Em 97,5% dos casos o evento ocorreu apos a primeira dose. Os EA-BCG encontrados foram: adenomegalias supuradas (67;51,5%), abscesso frio (31;23,8%), Ulcera>1cm (4;3,1%); adenomegalias > 3 cm nao supuradas (5;3,8%) e abscesso quente (1;0,8%). Em 16 pacientes EA-BCG nao descritos no Manual foram encontrados sendo granuloma (7;5,4%), reativacoes da cicatriz vacinal (6;4,6%), fenomeno vasomotor (1;0,8%) e outras alteracoes dermatologicas (2;1,5%). Seis pacientes (4,6%) apresentaram mais de um evento, sendo em um dos casos uma reacao lupoide. Nao houve diferenca estatisticamente significante entre os grupos com evolucao normal e com EA-BCG quanto as caracteristicas demograficas e clinicas, exceto a idade de inicio dos sintomas mais tardia nos EA-BCG. Os pacientes com EA-BCG nao descritos no Manual tinham perfil distinto com taxas maiores de baixo peso ao nascer (20%), internacoes de causas infecciosas (31,3%), doenca de base (43,8%) e imunodefiCiência (25%). Nenhum oclustero de EA-BCG associado a lotes e locais de vacinacao foi identificado. O tratamento realizado foi isoniazida em 96 pacientes e multiplas drogas atituberculosas em 3. A mediana de tempo de tratamento foi semelhante entre os principais tipos de eventos (abscesso frio: 2,83m, adenomegalias supuradas: 3,17 m, p=0,450) e a associacao de mais de um evento locorregional nao prolongou o tempo de tratamento (mediana: 2,02m). A maioria dos granulomas e reativacoes da cicatriz de BCG tiveram regressao espontanea. Fatores associados a dificil resolucao do evento foram analisado, mas nenhum deles foi estatisticamente significante. Em uma crianca com falencia terapeutica, resistencia do M. bovis a Isoniazida foi identificada. Quanto ao desfecho, 93,9% dos pacientes tiveram cura, 6 (4,5%) perda de seguimento, 2 obito por causas nao associadas ao EA-BCG e 3 mantem seguimento. Conclusao: Reativacoes e granulomas devem ser incluidos entre os EA-BCG. Nos casos de falha terapeutica, outro diagnostico diferencial ou resistencia antimicrobiana deve ser considerado. Nenhum fator de risco foi identificado para os casos de dificil resolucao | |