dc.contributorMarcolan, João Fernando [UNIFESP]
dc.contributorhttp://lattes.cnpq.br/7897000543823118
dc.contributorhttp://lattes.cnpq.br/5449589014899461
dc.creatorMota, Pedro Henrique Pereira [UNIFESP]
dc.date.accessioned2022-05-30T17:29:44Z
dc.date.accessioned2023-09-04T19:12:14Z
dc.date.available2022-05-30T17:29:44Z
dc.date.available2023-09-04T19:12:14Z
dc.date.created2022-05-30T17:29:44Z
dc.date.issued2019-11-25
dc.identifierhttps://repositorio.unifesp.br/xmlui/handle/11600/63913
dc.identifier.urihttps://repositorioslatinoamericanos.uchile.cl/handle/2250/8623904
dc.description.abstractO presente estudo é uma pesquisa qualitativa pela análise documental, de caráter exploratório-investigativo, por meio do referencial metodológico da análise de conteúdo, que buscou analisar os dados dos prontuários dos pacientes negros de todos os gêneros e idades internados no Juquery entre 1905 e 1956, com vistas aos dados de motivo de internação, histórico, período, alta e tratamento recebido, com o objetivo de conhecer, do ponto de vista científico-ideológico, assistência terapêutica praticada aos pacientes negros internados no hospício, alicerçado na determinação sócio-política-histórica. Sujeitos participantes: negros internados no Juquery no período de 1905 a 1956. Critério de inclusão: ser da etnia negra, ter estado internado no Juquery na época escolhida para análise. Pesquisas dessa esfera devem ser realizadas para a manutenção viva da história e trazer à luz dados desconhecidos que nos farão entender a evolução da história da assistência psiquiátrica brasileira. A atenção dada aos negros em específico decorre da tematização e problematização deste enquanto alvo de violência desde abolição da escravatura. Foram analisados 89 prontuários de pacientes negros do hospício do Juquery de 1905 a 1956, no qual as informações coletadas, apesar de 43 prontuários não terem registros de todo o processo, apontam para a maioria ser brasileiro, do sexo masculino, faixa etária de 20 a 25 anos, ser procedente da capital, estar internado no período de 1931 a 1956, com diagnósticos de demência e suas variáveis, esquizofrenia, epilepsia, paralisia geral progressiva, imbecilidade/idiotia/oligofrenia. A maior parte morreu durante a internação, recebeu como tratamento a insulinoterapia, malarioterapia, piretoterapia por substâncias químicas, cardiazol, eletroconvulsoterapia por choque elétrico e lobotomia, de forma individual ou combinada. As descrições de uso da força policial para trazer os indivíduos ao Juquery mostram a ordem do Estado para a higienização da cidade e o abandono a que foram relegados durante a internação levaram à morte, na maioria por caquexia. Concluímos que a assistência psiquiátrica, não deixou de ser uma ferramenta de dominação de classe e de raça. O viés racial, manifestado na discriminação racial (tratamento nas relações sociais) e no preconceito racial (estereótipo), para ocorrer no hospício do Juquery, antes disso ainda, é demarcado pela sociedade, especialmente pelo Estado (principalmente por meio da polícia), assumindo a todo o conjunto seu aparelhamento repressor e ideológico do Estado, tanto dentro quanto fora da instituição do Juquery. Ter conhecimento dos fatos analisados nos prontuários de negros e pardos nos dá subsídios para análise mais crítica do processo histórico da assistência psiquiátrica brasileira.
dc.publisherUniversidade Federal de São Paulo
dc.rightsAcesso aberto
dc.subjectHospital psiquiátrico
dc.subjectNegro
dc.subjectAssistência psiquiátrica
dc.subjectViolência
dc.subjectSaúde mental
dc.titleO negro no Juquery: a assistência psiquiátrica com viés às características raciais
dc.typeTrabalho de conclusão de curso de graduação


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