O discurso do não-lugar: o conflito público-privado e a desqualificação do centro de São Paulo nos anos 1990-2010

Abstract

The editorial analysis of Urbs Magazine (1997 – 2010) in addition to the Projeto Operação Urbana Centro will allow us to the understanding, or at least, the problematization of which urban project was established in São Paulo downtown in the 1990’s and 2010’s. The proposition it is to identify how the discourse concerning the deteorization and desquallification on downtown São Paulo had spread. It seeks to understand the goal played by the Association “Viva o Centro”, in special with its Urbs magazine. The monography seeks, then, to comprehend how the reports and interviews published in the magazine could bring some outputs from the disputes, conflicts and negotiations in the area. This passage presupposes that the area mentioned show us some contradictions between urban projects, endorsed by the private initiative and the real estate speculations (supported by the degradation discourse), versus the territory marginalization and the resistance of poor sectors in the city. The monograph intends to establish the historical analysis about the territoriality construction, the representation of urban borders, the actions of forces/power starting from the discourses verified in the Urbs Magazine. As contribution, the monography seeks to insert this discussion in a macro analysis, that worries with the social exclusion in big cities, which create gaps between public spaces and for whom is intended to be produced.

A análise do teor editorial da revista Urbs, publicada entre os anos 1997 e 2010, somada ao estudo do Projeto Operação Urbana Centro deverá permitir o entendimento, ou ao menos a problematização, de qual o “projeto urbano” se estabeleceu para o Centro de São Paulo entre os anos de 1990 e 2010. A proposta é identificar como os discursos de deterioração e desqualificação veiculadas dialogam com a realidade (conflituosa) do Centro de São Paulo. Busca-se compreender de que maneira a Associação Viva o Centro, por meio da revista Urbs, organizou reportagens que pudessem dar vazão às disputas, conflitos e negociações deflagradas na área. Esse recorte pressupõe que a área citada apresenta contradições entre os projetos de urbanização endossados pela iniciativa privada e a especulação imobiliária (apoiados pelo discurso de degradação) versus a marginalização do território e a resistência dos setores mais pobres da cidade. Pretende-se estabelecer como foco de análise histórica a construção da territorialidade, as representações das fronteiras urbanas e a ação de forças sobre elas a partir dos discursos verificados na Urbs. Dessa forma, esta discussão, insere-se numa macro-análise que se preocupa com as exclusões sociais verificadas nas grandes cidades, que acarretam em fissuras entre o que é o espaço público e para que ou quem ele se destina.