O ensino de ciências da natureza na formação inicial em pedagogia- desafios e necessidades

Abstract

A formação de professores para os anos iniciais da escolarização passou por muitas transformações ao longo dos anos no Brasil. Com um vasto campo de atuação, o curso de Pedagogia tem se mostrado muito abrangente e pouco aprofundado, o que gera fragilidades na formação inicial dos pedagogos. Objetivamos com este estudo fazer um levantamento com 10 (dez) professores dos anos iniciais do ensino fundamental, para compreender os desafios no ensino de ciências da natureza e analisar as grades 10 (dez) cursos de graduação em pedagogia do estado de São Paulo para observar a carga horária destinada às ciências. Aplicamos um questionário aos professores atuantes na educação básica com questões sobre a formação inicial e continuada para o ensino de ciências e quais as dificuldades que encontram no exercício da docência para lecionar tal componente. Fizemos o levantamento das grades curriculares de cursos de pedagogia presenciais no estado de São Paulo por meio de pesquisa documental. O presente estudo evidenciou lacunas formativas nos cursos de formação inicial em pedagogia que dificultam a prática docente para o ensino de ciências da natureza. No levantamento das grades curriculares notamos que há uma pequena carga horária destinada a ciências naturais e, em sua maioria, as disciplinas estão relacionadas apenas à metodologia de ensino de ciências, indicando uma fragilidade na formação inicial de professores polivalentes. A revisão do currículo de pedagogia faz-se necessária, bem como, a definição da formação de dois segmentos, o pedagogo professor e o pedagogo gestor. Por fim, avaliamos que a formação continuada faz-se necessária e deve ser de responsabilidade coletiva, podendo ocorrer nos espaços escolares, por meio de parcerias entre os pares e reflexão da prática.