Análise de fatores clínicos e radiológicos como preditores da resposta à viscossuplementação (ácido hialurônico + sorbitol) em pacientes com osteoartrite no joelho

Abstract

Objetivo: Identificar os fatores preditivos clínicos, radiográficos e de ressonância magnética associados à falha da viscossuplementação em pacientes com gonartrose. Métodos: Neste estudo prospectivo, pacientes com falha no tratamento conservador de osteoartrose no joelho foram avaliados antes da intervenção, para os seguintes fatores preditivos: radiografia (classificação Kellgren e Lawrence KL e ângulo do eixo anatômico femorotibial), Ressonância Magnética (escore MOAKS e extrusão meniscal), derrame articular, IMC, história de cirurgia pregressa, sexo e idade. Foi realizada a infiltração intra-articular de Synolis-VA® 4 ml (80 mg de ácido hialurônico + 160 mg de sorbitol), dose única em todos os pacientes incluídos. E foram aplicados os questionários WOMAC, EVA e SF-12 pré-tratamento, em quinze dias, três meses e seis meses após a infiltração. Resultados: A amostra total de 108 pacientes apresentou redução dos escores WOMAC e EVA para todos os tempos avaliados após a viscossuplementação em relação ao inicial (p<0.001). Pelos critérios OMERACT-OARSI, obteve-se 53 pacientes para o grupo sucesso e 55 pacientes para o grupo falha da viscossuplementação. Os fatores preditivos classificação KL e o escore MOAKS, apresentaram diferença significativa entre os grupos, sendo que o grupo falha apresentou maior frequência nas classificações 3 e 4 de KL (p<0,05). Para o modelo de regressão logística univariado, a classificação KL foi capaz de predizer menor chance de sucesso (p=0,045) e OR (IC 95%) = 2,457 (1,019-5,927). Da mesma forma, o escore MOAKS elevado também foi capaz de predizer maior risco de falha (p=0,008) e OR (IC 95%) = 1,016 (1,004-1,028). Através das curvas ROC, obtive-se o valor de corte de 52 pontos de escore MOAKS, com sensibilidade de 63,6% e especificidade de 62,3% para falha da viscossuplementação. Conclusão: Neste estudo, os pacientes com classificação KL 3 e 4 ou escore MOAKS elevados, apresentaram maior chance de falha à viscossuplementação, enquanto os demais fatores analisados não apresentaram significância estatística.

Objective: To identify clinical, radiographic, and magnetic resonance imaging (MRI) predictive factors associated with viscosupplementation failure in the treatment of knee osteoarthritis. Methods: In this prospective study, patients with knee osteoarthritis were evaluated for predictive factors before the intervention, including X-ray (Kellgren and Lawrence classification and femorotibial angle), MRI (MRI Osteoarthritis Knee Score (MOAKS) and meniscal extrusion), joint effusion, BMI, previous surgery, sex, and age. All patients received a single intra-articular dose of Synolis-VA® 4 ml (80 mg hyaluronic acid + 160 mg sorbitol). The WOMAC, VAS, and SF-12 questionnaires were administered at baseline, fifteen days, three months, and six months of clinical followup. Results: The total sample of 108 patients showed a significant reduction in WOMAC and VAS scores for all evaluated times after viscosupplementation compared to baseline (p<0.001). Using the OMERACT-OARSI criteria, 53 patients were classified as the "success group" and 55 patients as the "failure group." The KL classification and MOAKS score showed a significant difference between the groups, with the failure group having a higher frequency of KL classifications 3 and 4 (p<0.05). Univariate logistic regression analysis revealed that a KL classification of 3 or 4 predicted a lower chance of success (p=0.045) with an odds ratio (OR) of 2.457 (95% confidence interval (CI): 1.019-5.927). Similarly, a high MOAKS score predicted a higher risk of failure (p=0.008) with an OR of 1.016 (95% CI: 1.004-1.028). The ROC curve analysis identified a MOAKS score cutoff of 52 points, with values above this showing a sensitivity of 63.6% and specificity of 62.3% for viscosupplementation failure. Conclusion: In this study, patients with a KL classification of 3 and 4 or a high MOAKS score were more likely to fail viscosupplementation, while the other analyzed factors showed no significant difference.