Comunidades bentônicas dominadas por macroalgas em áreas marinhas protegidas do Estado de Sâo Paulo

Abstract

Áreas Marinhas Protegidas (AMP) são ferramentas importantes para a proteção da biodiversidade marinha em escala local, com potencial de aumentar localmente o estoque pesqueiro, o turismo e a manutenção de serviços ecossistêmicos. Este estudo teve como objetivo caracterizar e comparar a comunidade bentônica de áreas marinhas da costa paulista sob diferentes tipos de manejo (regime de proteção integral, parcial ou ausente). Amostrou-se uma ilha de cada tipo: Laje de Santos (LS), Ilha dos Alcatrazes (ALC) e Ilha da Queimada Grande (QG), respectivamente. Como metodologia usou-se a técnica de fotoquadrados para análises de identificação e quantificação dos componentes bentônicos. LS teve a menor similaridade interna geral (43,71%) e, portanto, cobertura bentônica mais heterogênea. Quando comparado com as ilhas com outros de proteção se mostrou mais similar com QG, o controle (62,23% de dissimilaridade) do que ALC, com proteção parcial (65,41% de dissimilaridade). Os táxons mais responsáveis pela diferença entre ALC e QG foram Dyctiotales, Turf e Sargassum sp. O regime de proteção integral mostrou ter um efeito significativo no bentos de recife rochoso, diferente da proteção parcial, sugerindo a necessidade de revisão dos métodos de manejo do segundo. Padrões e processos ecológicos precisam de dados de monitoramento contínuo para diagnósticos mais realistas, sendo imprescindível um compromisso da academia junto à sociedade civil e governamental para garantir esta continuidade.

Marine Protected Areas (MPAs) are important instruments for local-scale protection of marine biodiversity, potentially enhancing fish stocks, tourism and maintenance of ecosystem services. The aim of this study is to characterize and compare the benthic community of the coastal marine areas of São Paulo State under different types of management (no-take zones, partial protection and no protection). One island of each was sampled: Laje de Santos (LS), Alcatrazes Island (ALC) and Queimada Grande Island (QG), respectively. For identification and quantification of the benthic components the photoquadrats analysis was used. Ls had the smallest intern similarity (43,71%) and, therefore, the most heterogeneous benthic cover. When comparing with the other management types, the control area (no protection) had more similarity (62,23% of dissimilarity) with LS than ALC (65,41% dissimilar), partially protected. The most responsible taxa for the difference between ALC and QG were Dyctiotales, Turf and Sargassum sp. The no-take zone had a significant effect on the rocky reef benthos, whereas the multiple-use approach didn’t show the same result, suggesting the need for a review on that particular management method. Ecological processes and patterns need long-term monitoring for more realistic diagnosis and in order to guarantee this continuity the commitment from the academia with both civil society and government is crucial.