De Virgulino a Lampião: o Cangaço como uma forma de luta e resistência

Abstract

The objective of this paper is to understand how the social, economic and cultural rela-tions in northeastern Brazil were more precisely in the northeastern sertão, between the years of 1917 and 1926, from the figure of the character Virgulino Ferreira da Silva who, due to the circumstances, Entered the Movement of the Cangaço, and thus received the nickname of Lampião. We will also analyze, from Cordel's Literature, and the available sources, the construc-tion that is made of this character who, through his beloved figure, hated, feared and no less respected, in a space where constructions of archetypes and stereotypes were fundamental For the maintenance of the interests and privileges of landowners, colonels and politicians in the region. We will try to understand, through the discourses adopted, the relations established be-tween these discourses and the perpetuation of drought, hunger, poverty and violence, in a region that is neglected by the State and its Institutions, And can eradicate those evils that seem to insist on being part of it.

O objetivo deste Trabalho é compreendermos como se davam as relações sociais, econômicas e culturais no nordeste do Brasil mais precisamente no sertão nordestino, entre os anos de 1917 e 1926, a partir da figura do personagem Virgulino Ferreira da Silva que, devido às circunstâncias, entrou para o Movimento do Cangaço, e assim recebera a alcunha de Lampião. Analisaremos também, a partir da Literatura de Cordel, e das fontes disponíveis, as construção que são feitas deste personagem que, através de sua figura amada, odiada, temida e não menos respeitada, em um espaço aonde as construções de arquétipos e estereótipos eram fundamentais para a manutenção dos interesses e dos privilégios dos latifundiários, dos coronéis e dos políticos de região. Procuraremos compreender, através dos discursos adotados, qual são as relações estabelecidas entre estes discursos e a perpetuação da seca, da fome, da pobreza e da violência, em uma região que desprezada pelo Estado e sua Instituições, sempre esteve à margem dos investimentos que poderiam –e podem – erradicar esses males que parecem insistir em fazer parte dela.