dc.description.abstract | Os roteiros da Carreira da Índia, traduzidos em língua francesa por J. H. van Linschoten, em Le grand routier de mer (1610), são fundamentais para os projetos de exploração das rotas marítimas para as Índias Orientais. As principais características do discurso destes roteiros são apresentadas indicando as situações comunicativas comumente encontradas, a saber, orientação das rotas, descrições sobre os locais e sinais encontrados e sobretudo, advertências. O conceito de discurso adotado, de acordo com a natureza dos textos, é aquele proposto por E. Benveniste que traz o sujeito para o centro da cena enunciativa. Para ampliar a compreensão do discurso deste sujeito que é J. H. van Linschoten, apresenta-se a variante lingüística por ele empregada, no caso, o francês médio, língua de transição que se estende, aproximadamente, do final do século XIII ao do XVI e que representa a busca da afirmação e da unidade lingüística no território francês.Torna-se necessário, ainda, situar este sujeito no tempo e no espaço, buscando conhecer o contexto sócio-histórico e os lugares ocupados por este sujeito como determinantes do seu discurso. Dentre os fatos lingüísticos observados, são analisadas as formas verbais da língua francesa, mais freqüentes no discurso dos roteiros, que têm a função de apontar as experiências dos elocutores e as suas orientações, no que tange às ações dos alocutores. A compreensão de suas funções é feita a partir do conceito de temporalidade e através da aplicação dos pressupostos teóricos de H. Weinrich, que propõe, como critérios de análise das formas verbais da língua francesa, as noções de nível de atualidade do discurso, como também, os conceitos de grupo de formas verbais pertencentes às narrativas do mundo comentado e àquelas do mundo narrado. Os exemplos retirados dos roteiros e que apresentam as formas verbais do modo indicativo são confrontados com a teoria de H. Weinrich, confirmando, através de índices percentuais e da função das formas verbais, que se trata de um discurso pertencente ao mundo comentado. | |
dc.description.abstract | Les cours du voyage aux Indes appointés par les pilotes portugais ont éte traduits en langue française par J. H. van Linschoten dans Le grand routier de mer, en 1610. Son oeuvre est fondamentale pour les projets d’explorations aux Indes Orientales. Le discours du Grand routier de mer présente des situations de communication concernant les directions, la description des lieux et des signes trouvés le long des chemins et surtout les dangers de la route. La définition de discours considerée la meilleure pour comprendre les textes analysés est celle qui est proposée par É. Benveniste. D’après sa théorie le sujet est au centre de la situation communicative. Pour bien comprendre le discours de ce sujet qui est le traducteur J. H. van Linschoten, on présente les caractéristiques du moyen français qui est la langue employée dans les textes et qui représente le moment de lutte pour l’affirmation du français. Comme il s’agit de l’analyse du discours, on présente aussi les conditions de production de celui-ci, en metttant en relief le contexte qui entoure le sujet, ainsi que la place qu’il y occupe. La théorie de H. Weinrich et la définition de temporalité sont employées pour expliquer la fonction discursive des formes verbales de la langue francaise relevées dans les textes. Selon H. Weinrich ces formes verbales sont classées dans deux groupes, appartenant au récit du monde commenté et à celui du monde raconté. Chaque groupe rassemble des formes verbales françaises du mode indicatif, et à chacun correspond un niveau d’actualité. Après avoir analysé les fonctions discursives des formes verbales ainsi que leur fréquence dans le discours de J. H. van Linschoten, on constate qu’il s’agit d’un discours du monde commenté d’après la théorie de H. Weinrich. | |