dc.description.abstract | As regiões estuarinas são de grande importância para as populações principalmente em função da diversidade de recursos naturais. Possuem grande riqueza ambiental, social e econômica, no entanto ao longo de décadas estão
sujeitas aos impactos consequentes das atividades antrópicas. O presente estudo
investigou o estuário do rio São Paulo, Baía de Todos os Santos, Bahia, Brasil
caracterizando-o biogeoquimicamente e simulando um derramamento de petróleo
laboratorial em mesoescala com as águas superficiais do mesmo. O objetivo foi
observar a dispersão proporcionada pela formação de agregados óleo material
particulado em suspensão (OSAs), a fim de utilizar os dados obtidos como
ferramenta norteadora na prevenção de impactos ecotoxicológicos. Os resultados de caracterização apontam que embora a região possua funções ecológicas
importantes, encontra-se impactada por atividades antrópicas ligadas às operações
das indústrias petrolíferas e de outros segmentos, ocupação inadequada das suas
margens e práticas portuárias que ocorrem na Baía de Todos os Santos (BTS). A
degradação ocorrida pôde ser caracterizada por valores de oxigênio dissolvido variando entre 2,82 – 6,52 mgL-1 , amônia, nas estações de amostragem 10 a 13
variando entre 1,4- 1,667 mgL-1
, e nitrato, nas estações de amostragem 8, 16 e 17, variando entre 1,032 – 20, 458 mgL-1 , ambos acima dos limites legais (0,70 mg L -1), pela concentração de metais associados ao material particulado em suspensão
(MPS), que oferecem riscos aos ecossistemas e por concentrações de
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) no MPS de origem antropogênica.
Paralelo a isso, os resultados de formação do OSA indicam que as características
das águas coletadas na estação P17 foi a que mais dispersou HPAs para a coluna
d’agua (566.989,84 µg g
-1 ). As características biogeoquímicas que mais influenciaram a formação do OSA foram as concentrações de clorofila a e
salinidade. Em termos gerais houve maiores dispersões para a coluna d’agua,
potencializando a biodegradação desses compostos pelos organismos hidrocarbonoclásticos, aumentando a ecotoxicidade para os organismos pelágicos, contudo diminuindo os impactos ecotoxicológicos associados a presença de HPAs
aos organismos bentônicos. As exceções foram as estações: 2, 4, 7, 8, 14 e 18 que
formaram OSA com flutuabilidade negativa e apresentam maiores ricos de impactos
ecotoxicológicos para o substrato da região. A partir dos resultados encontrados, é possível sugerir que as áreas das estações de amostragem: 2, 4, 7, 8, 14 e 18 como prioritárias para aplicação de medidas protetivas em caso de acidente de derramamento de petróleo, embora as concentrações de HPAs de acordo com o
ERM (NOAA) apresente riscos ecotoxicológicos em toda extensão do estuário. Os estudos de simulação para a formação dos OSAs apresentaram resultados
relevantes tanto na previsão da dispersão de HPAs quanto como ferramenta norteadora na prevenção e mitigação de impactos ecotoxicológicos em ambientes estuarinos afetados por hidrocarbonetos | |